TREMENDA ENTREVISTA. O PAPO FOI FICANDO TÃO INTERESSANTE QUE QUASE VIROU UMA TESE. MADDY LEE é um nome que gerou grande polêmica no mundo blog ao propor a elaboração de uma lista com 1001 discos, além disso é presença constante no universo blog, inclusive no BOTECO DOS BLOGGERS. A PRIMEIRA PERGUNTA É A DE SEMPRE: QUEM É MADDY LEE FORA DO UNIVERSO BLOG?
Pra começar, Maddy Lee não é um mero apelido de internet; me apelidaram assim na adolescência, por eu ser muito fã do Rush e ter uma ‘napa’ comparável a do Geddy Lee (rsrs), e como sempre tive uns parafusos a menos, misturaram mad com Geddy e deu no que deu, virei o ‘MédiLí’. Hoje em dia, da galera original, só uns poucos ainda me chamam assim, no geral é Marcello, mesmo.
Eu sou um carioca tranqüilo; já morei em várias cidades diferentes e atualmente moro no interior do Pará, onde executo trabalhos administrativos, sociais e culturais.
Dediquei grande parte da minha vida à música; aos 9 anos pensei que deveria dar uma função além de decorativa pro velho violino do meu bisavô, que estava encostado lá em casa, e resolvi aprender a tocar na marra, sem aulas; não parei até hoje e no meio do caminho aprendi a tocar outros instrumentos como violão, guitarra e baixo. Apesar disso, nunca quis ser um músico profissional – acho um saco ficar ensaiando horas e horas as mesmas músicas pra depois ter que tocá-las novamente no caso de uma apresentação, mas admiro muito quem tem essa paciência… rsrsrsrs
Comecei a trabalhar cedo, aos 12 anos, pra poder sustentar meu vício (rsrs), quer dizer, comprar discos de rock. Já trabalhei com tantas coisas diferentes que nem lembro mais; mas a partir dos anos 80 fui roadie, assistente de produção e produtor de shows, tendo trabalhado com vários artistas brasileiros; isso durou até 2001, quando depois de muitas decepções e desilusões com o meio, resolvi me afastar completamente, antes que tudo aquilo me fizesse perder a paixão pela Música.
Fora isso, pratico meus esportes, leio muito e viajo direto entre os blogs, não só à cata de novidades ou raridades musicais, mas também pra trocar idéias com esse povo mucho loco.
A coisa da lista dos 1001 ainda está pra ser amadurecida; eu só dei a idéia e pedi a colaboração dos amigos, temos ainda muito tempo pela frente até que seja finalizada, mas uma coisa é certa: com ou sem a participação dos amigos, eu pretendo levar essa idéia adiante. Vamos ver no que isso vai dar…
DE QUAIS BANDAS VOCÊ FOI ROADIE? OS SHOWS QUE VOCÊ PRODUZIA ERAM DE BANDAS DE ROCK OU MPB?
Nos anos 80 eu trabalhei como roadie com trocentos artistas, de todos os gêneros, de desconhecidos aos maiores medalhões, a lista não tem fim.
Em meados dos 80 um estilo de jazz instrumental estava em alta e trabalhei com vários daqueles artistas; do rock também, principalmente com o Lobão, com quem trabalhei várias vezes, indo e vindo.
Em todo esse período eu também trabalhei em estúdios e em algumas firmas que alugavam equipamento de som e luz. Entre muitos trabalhos eu destaco os dois primeiros Rock In Rio e todos os Hollywood Rock, em que não só pude ver todos os shows (e ainda ganhei pra isso!!), como também pude aprender muito com os roadies gringos e vários artistas internacionais. Naquela época, a diferença de nível era absurda e todos nós éramos ávidos pra aprender as manhas.
Já com produção eu trabalhei nos dois lados, tanto como contratante quanto como contratado. Fui assistente de produção de shows de Mercedes Sosa, Almir Sater, Itamar Assumpção, entre outros, quando morei em Brasília. Depois, antes de largar definitivamente essa ‘carreira’, trabalhei com o Lenine, de 97 até 2001.
ITAMAR ASSUMPÇÃO TINHA UM TRABALHO INDEPENDENTE MUITO LEGAL COM SUA BANDA ISCA DE POLÍCIA. HÁ ALGUMA HISTÓRIA QUE PODERIA NOS CONTAR SOBRE ESSE SAUDOSO HOMEM UNDERGROUND?
Meu contato com o Itamar, nesse show, foi decepcionante, porque ele não foi nem um pouco simpático e parecia estar muito inseguro; além disso, acabamos amargando um tremendo prejuízo: os bilheteiros do Teatro Nacional (o show foi na Sala Villa-Lobos) resolveram fazer uma greve justamente naquela semana. Mas não há como negar que todo o trabalho dele tem seu valor, não só por sua atitude underground (hehehe), mas principalmente por suas ótimas composições.
Nos anos 80 eu trabalhei como roadie com trocentos artistas, de todos os gêneros, de desconhecidos aos maiores medalhões, a lista não tem fim.
Em meados dos 80 um estilo de jazz instrumental estava em alta e trabalhei com vários daqueles artistas; do rock também, principalmente com o Lobão, com quem trabalhei várias vezes, indo e vindo.
Em todo esse período eu também trabalhei em estúdios e em algumas firmas que alugavam equipamento de som e luz. Entre muitos trabalhos eu destaco os dois primeiros Rock In Rio e todos os Hollywood Rock, em que não só pude ver todos os shows (e ainda ganhei pra isso!!), como também pude aprender muito com os roadies gringos e vários artistas internacionais. Naquela época, a diferença de nível era absurda e todos nós éramos ávidos pra aprender as manhas.
Já com produção eu trabalhei nos dois lados, tanto como contratante quanto como contratado. Fui assistente de produção de shows de Mercedes Sosa, Almir Sater, Itamar Assumpção, entre outros, quando morei em Brasília. Depois, antes de largar definitivamente essa ‘carreira’, trabalhei com o Lenine, de 97 até 2001.
ITAMAR ASSUMPÇÃO TINHA UM TRABALHO INDEPENDENTE MUITO LEGAL COM SUA BANDA ISCA DE POLÍCIA. HÁ ALGUMA HISTÓRIA QUE PODERIA NOS CONTAR SOBRE ESSE SAUDOSO HOMEM UNDERGROUND?
Meu contato com o Itamar, nesse show, foi decepcionante, porque ele não foi nem um pouco simpático e parecia estar muito inseguro; além disso, acabamos amargando um tremendo prejuízo: os bilheteiros do Teatro Nacional (o show foi na Sala Villa-Lobos) resolveram fazer uma greve justamente naquela semana. Mas não há como negar que todo o trabalho dele tem seu valor, não só por sua atitude underground (hehehe), mas principalmente por suas ótimas composições.
QUAL É O BLOG QUE VOCÊ ADMINISTRA? FAÇA UM COMENTÁRIO SOBRE COMO É SEU TRABALHO (ESTILO DE POSTAGENS, ARTIGOS ETC).
Eu tenho aquela birosca lá, chamada O Pântano Elétrico, onde eu disponibilizo discos de tudo quanto é tipo de música de qualidade. Dou uma ênfase ao rock progressivo não só por ser um dos meus gêneros preferidos, mas também por ter me aproximado desse universo de blogs graças a ele.
Até 2006 eu costumava baixar músicas através de torrents e pelo Kazaa, mas não conseguia achar vários discos que eu gostaria de ter; até que um amigo meu fez um perfil ‘fake’ no Orkut para que eu pudesse conhecer aquela comunidade de discografias (eu nunca tive vontade de fazer um perfil próprio no Orkut). Nessa comunidade, na maioria das vezes que eu conseguia um dos discos de prog que eu queria, esse era postado por um Hélio que deixava uma mensagem do tipo ‘se gostou desse álbum, visite o blog tal’; o blog era o Dead End, administrado pelo Hebag e, como eu ainda nunca tinha visto nada igual, fiquei maravilhado com a quantidade de coisas boas que ele disponibilizava lá. Saí catando tudo o que via pela frente e de vez em quando deixava um comentário ou fazia um pedido. Através da caixa de comentários eu conheci a Janis, que estava montando o próprio blog, o Delirium Dust. Nós ficamos amigos e, depois de muita insistência da minha parte (rsrs), eu comecei a colaborar com ela. Com o tempo, a Janis começou a ficar cada vez mais ocupada com faculdade, trabalho, etc, e acabei assumindo as rédeas do blog; até que o Blogger começou uma daquelas caças às bruxas e detonou várias postagens; então resolvi seguir carreira solo e montei O Pântano Elétrico.
A partir do Delirium Dust eu fiz amizade com um monte de freqüentadores e blogueiros, sendo que muitos deles me acompanham desde então, bem infielmente… rsrsrs
Eu tenho um gosto musical bastante eclético, sem preconceitos, mas com vários filtros; então só posto o que gosto e o que eu acho que vale a pena ser conhecido; de vez em quando atendo algum pedido, também. Dou preferência a postar meus próprios CDs, que ripo com uma qualidade sonora bem bacana (VBR 224/320k), e incluo os encartes completos; mas não deixo de fora os muitos mp3 que andei baixando nos últimos anos.
Acho que um outro diferencial são os textos que eu faço, aonde tento apresentar as bandas e artistas para quem ainda não conhece, com algumas opiniões próprias e algumas histórias que vivi.
Além disso, respondo a todos os comentários que fazem; o que é o grande barato dessa história toda. Essa interação com pessoas de todos os tipos, lugares e idades unidas, ali, por causa da Música, é isso o que mais me interessa.
VOCÊ VÊ DEDO DAS GRAVADORAS NESSA “PERSEGUIÇÃO AOS BLOGS”?
Sim, claro! Mas vou te dizer uma coisa: desde o ‘advento’ do CD eu parei de prestar atenção em nome de gravadoras; com mp3, então... Eu sei que tem uma gravadora especializada em prog que já detonou vários blogs.
Quando o disco é um lançamento a perseguição é bem mais pesada, mas para que nós, blogueiros, não fiquemos no ‘prejuízo’ existem várias maneiras de contornar essa perseguição, como não colocar explicitamente os nomes da banda ou artista e do disco tanto na postagem quanto nos arquivos, entre outras coisas.
As gravadoras ainda têm esse pensamento tacanho, vinculado ao produto material (LP, K7, CD, DVD, etc), quando eles têm em suas mãos algo muito mais importante e rentável, que são os artistas em si. E todos nós sabemos que onde o artista ganha $$ é no show. Então, no dia que eles resolverem investir em lugares pra viabilizar mais shows a preços mais em conta, talvez essa crise tenha um bom desfecho e todo mundo (artistas, gravadoras e público) saia ganhando.
A idéia é tão simples que eu me surpreendo que ainda não tenham feito esse tipo de coisa.
VOCÊ DISSE QUE DESDE A INFÂNCIA TEVE CONTATO COM MÚSICA E AOS DOZE ANOS JÁ CURTIA ROCK. QUAIS FORAM AS PRIMEIRAS BANDAS QUE TE FIZERAM DIZER: É ISSO... É ESSE SOM QUE EU PROCURAVA? QUE DISCOS LHE MARCARAM ESSA ÉPOCA?
Na verdade, eu curto rock desde que nasci! rsrsrs Sou o caçula de sete irmãos e todos na minha família curtem música, cada um ao seu estilo, e a casa sempre foi cheia de música. Um desses irmãos era um ‘elvismaníaco’ que acabou se convertendo em ‘beatlemaníaco’ e ‘jovemguardista’. The Beatles faz parte da minha formação, foi minha primeira banda preferida, que carrego até hoje – tenho um amigo que diz que se misturar os rostos dos quatro vai sair a minha cara... KKKKK Desta época eu destaco ‘Rubber Soul’, ‘Revolver’ e ‘Sgt. Peppers’, dos Beatles e ‘Roberto Carlos Em Ritmo De Aventura’ (acho que a música ‘O Sósia’, desse disco, foi a primeira que eu tentei tirar sozinho, no violão).
Essa fase durou até a virada dos 60 para os 70, quando eu conheci Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple, Yes e Black Sabbath. Não foi exatamente um disco, mas uma foto do Sabbath que me ‘falou’ assim: menino, você nunca mais será o mesmo! rsrsrsrsrs Aqueles caras de aparência sinistra, ostentando um baita dum crucifixo e falando que ‘Satã está ali sentado, sorrindo’, bem, aquilo me fez vender a alma ao Rock & Roll!! KKKKKKKKKKKKK
Alguns discos icônicos me marcaram profundamente, não só com a música, é claro, mas também com as artes das capas; não há como ficar indiferente às capas do primeirão do Sabbath, ao ‘In Rock’ do Deep Purple, toda a arte de Roger Dean, e a arte conceitual e enigmática dos discos do Pink Floyd e Led Zeppelin (se não me engano, trabalhos do estúdio Hipgnosis).
O FINAL DOS ANOS 60 E INÍCIO DOS 70 CORRESPONDE AO APOGEU DA REPRESSÃO MILITAR E DA CENSURA CONTRA O MEIO CULTURAL. VOCÊ VIVEU ESSE CLIMA? SABIA O QUE ESTAVA OCORRENDO?
Cara, vou te contar... Meu apartamento foi invadido algumas vezes na madrugada, à procura de ‘subversivos’. Minha família é Lacerda, pode imaginar... rsrsrs Eu morava na Tijuca, perto de um dos maiores centros de tortura; ajudamos muita gente que fugia de lá ou que simplesmente, depois de torturadas ao limite, eram jogadas na rua.
Teve um episódio que, apesar de não parecer nada, me marcou profundamente: eu era bem moleque, uns 7 anos mais ou menos, era época de eleições ou 7 de setembro, sei lá, e a rua estava cheia de panfletos com o rosto do presidente, acho que o Médici; peguei um no chão e falei pra minha irmã – “como é feio o presidente!” A reação da minha irmã me desconcertou; ela me levou pra um canto e, falando baixo e secretamente, disse pra eu não falar esse tipo de coisa em voz alta porque poderiam nos prender! Essa situação, que para poucos pode não ter significado algum, me fez ficar pensado naquilo por semanas, não com medo, mas com um sentimento de rebeldia pela injustiça de toda aquela situação, e isso ficou escondido por muito tempo no meu peito. Até porque, Paulão, o presidente era mesmo feio bagarái! rsrsrsrs
Só muito tempo depois é que entendi perfeitamente a repressão à cultura também, e o que rolava naqueles tempos esquisitos, até porque, naquele período, os livros que eu lia não estavam na lista de proibidos, nem os quadrinhos de super heróis, da Disney ou da Mônica. O roqueiro não era assim bem visto, tem aquela frase ‘roqueiro brasileiro tem cara de bandido’, esse tipo de coisa, mas rolava tudo que é tipo de rock no rádio, tinha programa de rock na TV Globo, cara! O bastião da caretice também não ficou imune ao rock! rsrs E, cá pra nós, até os 15, 16 anos ninguém se interessa por política ou tem capacidade pra entender muito bem o que se passa ao seu redor além de estudar, brincar e tentar pegar umas menininhas, não necessariamente nessa ordem.
Hoje em dia não paro muito pra pensar nisso, estou mais preocupado com o agora e com o futuro do que com o passado.
Eu tenho aquela birosca lá, chamada O Pântano Elétrico, onde eu disponibilizo discos de tudo quanto é tipo de música de qualidade. Dou uma ênfase ao rock progressivo não só por ser um dos meus gêneros preferidos, mas também por ter me aproximado desse universo de blogs graças a ele.
Até 2006 eu costumava baixar músicas através de torrents e pelo Kazaa, mas não conseguia achar vários discos que eu gostaria de ter; até que um amigo meu fez um perfil ‘fake’ no Orkut para que eu pudesse conhecer aquela comunidade de discografias (eu nunca tive vontade de fazer um perfil próprio no Orkut). Nessa comunidade, na maioria das vezes que eu conseguia um dos discos de prog que eu queria, esse era postado por um Hélio que deixava uma mensagem do tipo ‘se gostou desse álbum, visite o blog tal’; o blog era o Dead End, administrado pelo Hebag e, como eu ainda nunca tinha visto nada igual, fiquei maravilhado com a quantidade de coisas boas que ele disponibilizava lá. Saí catando tudo o que via pela frente e de vez em quando deixava um comentário ou fazia um pedido. Através da caixa de comentários eu conheci a Janis, que estava montando o próprio blog, o Delirium Dust. Nós ficamos amigos e, depois de muita insistência da minha parte (rsrs), eu comecei a colaborar com ela. Com o tempo, a Janis começou a ficar cada vez mais ocupada com faculdade, trabalho, etc, e acabei assumindo as rédeas do blog; até que o Blogger começou uma daquelas caças às bruxas e detonou várias postagens; então resolvi seguir carreira solo e montei O Pântano Elétrico.
A partir do Delirium Dust eu fiz amizade com um monte de freqüentadores e blogueiros, sendo que muitos deles me acompanham desde então, bem infielmente… rsrsrs
Eu tenho um gosto musical bastante eclético, sem preconceitos, mas com vários filtros; então só posto o que gosto e o que eu acho que vale a pena ser conhecido; de vez em quando atendo algum pedido, também. Dou preferência a postar meus próprios CDs, que ripo com uma qualidade sonora bem bacana (VBR 224/320k), e incluo os encartes completos; mas não deixo de fora os muitos mp3 que andei baixando nos últimos anos.
Acho que um outro diferencial são os textos que eu faço, aonde tento apresentar as bandas e artistas para quem ainda não conhece, com algumas opiniões próprias e algumas histórias que vivi.
Além disso, respondo a todos os comentários que fazem; o que é o grande barato dessa história toda. Essa interação com pessoas de todos os tipos, lugares e idades unidas, ali, por causa da Música, é isso o que mais me interessa.
VOCÊ VÊ DEDO DAS GRAVADORAS NESSA “PERSEGUIÇÃO AOS BLOGS”?
Sim, claro! Mas vou te dizer uma coisa: desde o ‘advento’ do CD eu parei de prestar atenção em nome de gravadoras; com mp3, então... Eu sei que tem uma gravadora especializada em prog que já detonou vários blogs.
Quando o disco é um lançamento a perseguição é bem mais pesada, mas para que nós, blogueiros, não fiquemos no ‘prejuízo’ existem várias maneiras de contornar essa perseguição, como não colocar explicitamente os nomes da banda ou artista e do disco tanto na postagem quanto nos arquivos, entre outras coisas.
As gravadoras ainda têm esse pensamento tacanho, vinculado ao produto material (LP, K7, CD, DVD, etc), quando eles têm em suas mãos algo muito mais importante e rentável, que são os artistas em si. E todos nós sabemos que onde o artista ganha $$ é no show. Então, no dia que eles resolverem investir em lugares pra viabilizar mais shows a preços mais em conta, talvez essa crise tenha um bom desfecho e todo mundo (artistas, gravadoras e público) saia ganhando.
A idéia é tão simples que eu me surpreendo que ainda não tenham feito esse tipo de coisa.
VOCÊ DISSE QUE DESDE A INFÂNCIA TEVE CONTATO COM MÚSICA E AOS DOZE ANOS JÁ CURTIA ROCK. QUAIS FORAM AS PRIMEIRAS BANDAS QUE TE FIZERAM DIZER: É ISSO... É ESSE SOM QUE EU PROCURAVA? QUE DISCOS LHE MARCARAM ESSA ÉPOCA?
Na verdade, eu curto rock desde que nasci! rsrsrs Sou o caçula de sete irmãos e todos na minha família curtem música, cada um ao seu estilo, e a casa sempre foi cheia de música. Um desses irmãos era um ‘elvismaníaco’ que acabou se convertendo em ‘beatlemaníaco’ e ‘jovemguardista’. The Beatles faz parte da minha formação, foi minha primeira banda preferida, que carrego até hoje – tenho um amigo que diz que se misturar os rostos dos quatro vai sair a minha cara... KKKKK Desta época eu destaco ‘Rubber Soul’, ‘Revolver’ e ‘Sgt. Peppers’, dos Beatles e ‘Roberto Carlos Em Ritmo De Aventura’ (acho que a música ‘O Sósia’, desse disco, foi a primeira que eu tentei tirar sozinho, no violão).
Essa fase durou até a virada dos 60 para os 70, quando eu conheci Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple, Yes e Black Sabbath. Não foi exatamente um disco, mas uma foto do Sabbath que me ‘falou’ assim: menino, você nunca mais será o mesmo! rsrsrsrsrs Aqueles caras de aparência sinistra, ostentando um baita dum crucifixo e falando que ‘Satã está ali sentado, sorrindo’, bem, aquilo me fez vender a alma ao Rock & Roll!! KKKKKKKKKKKKK
Alguns discos icônicos me marcaram profundamente, não só com a música, é claro, mas também com as artes das capas; não há como ficar indiferente às capas do primeirão do Sabbath, ao ‘In Rock’ do Deep Purple, toda a arte de Roger Dean, e a arte conceitual e enigmática dos discos do Pink Floyd e Led Zeppelin (se não me engano, trabalhos do estúdio Hipgnosis).
O FINAL DOS ANOS 60 E INÍCIO DOS 70 CORRESPONDE AO APOGEU DA REPRESSÃO MILITAR E DA CENSURA CONTRA O MEIO CULTURAL. VOCÊ VIVEU ESSE CLIMA? SABIA O QUE ESTAVA OCORRENDO?
Cara, vou te contar... Meu apartamento foi invadido algumas vezes na madrugada, à procura de ‘subversivos’. Minha família é Lacerda, pode imaginar... rsrsrs Eu morava na Tijuca, perto de um dos maiores centros de tortura; ajudamos muita gente que fugia de lá ou que simplesmente, depois de torturadas ao limite, eram jogadas na rua.
Teve um episódio que, apesar de não parecer nada, me marcou profundamente: eu era bem moleque, uns 7 anos mais ou menos, era época de eleições ou 7 de setembro, sei lá, e a rua estava cheia de panfletos com o rosto do presidente, acho que o Médici; peguei um no chão e falei pra minha irmã – “como é feio o presidente!” A reação da minha irmã me desconcertou; ela me levou pra um canto e, falando baixo e secretamente, disse pra eu não falar esse tipo de coisa em voz alta porque poderiam nos prender! Essa situação, que para poucos pode não ter significado algum, me fez ficar pensado naquilo por semanas, não com medo, mas com um sentimento de rebeldia pela injustiça de toda aquela situação, e isso ficou escondido por muito tempo no meu peito. Até porque, Paulão, o presidente era mesmo feio bagarái! rsrsrsrs
Só muito tempo depois é que entendi perfeitamente a repressão à cultura também, e o que rolava naqueles tempos esquisitos, até porque, naquele período, os livros que eu lia não estavam na lista de proibidos, nem os quadrinhos de super heróis, da Disney ou da Mônica. O roqueiro não era assim bem visto, tem aquela frase ‘roqueiro brasileiro tem cara de bandido’, esse tipo de coisa, mas rolava tudo que é tipo de rock no rádio, tinha programa de rock na TV Globo, cara! O bastião da caretice também não ficou imune ao rock! rsrs E, cá pra nós, até os 15, 16 anos ninguém se interessa por política ou tem capacidade pra entender muito bem o que se passa ao seu redor além de estudar, brincar e tentar pegar umas menininhas, não necessariamente nessa ordem.
Hoje em dia não paro muito pra pensar nisso, estou mais preocupado com o agora e com o futuro do que com o passado.
THE BEATLES, EM MINHA OPINIÃO, É A RAIZ DE TUDO. PARA MIM A SEPARAÇÃO DO GRUPO É UM DIVISOR CLARO: O MUNDO DA CONTRACULTURA E DAS UTOPIAS DOS ANOS 60 HAVIA CHEGADO AO FIM. VOCÊ CONCORDA?
Discordo em parte, porque acho que os Beatles não faziam parte da contracultura, eles eram só cultura, nada de contra... Mas concordo que foi mesmo um momento de culminação, de um fim meio que abrupto de sonhos um tanto ingênuos, ou pelo menos ingênuos na forma em que eram tratados e/ou seguidos; as flores dos hippies foram todas utilizadas nos funerais dos mortos no Vietnã; e por aí vai... Mas toda morte gera vida, por pior que essa vida possa ser (hehehe), tanto que depois os punks apareceram pra dar uma sacudida naquilo tudo. Ciclos eternos e repetitivos; assim caminha a humanidade.
A única coisa de positiva nisso tudo foi o tricampeonato do Brasil em 70, com aquele timaço!
CONCORDO, ACHO QUE USEI MAL O TERMO CONTRACULTURA.
SEMPRE PASSO PELO PÂNTANO ELÉTRICO E SEMPRE PENSEI: PÔ, ESSE PODERIA SER UM BLOG PARCEIRO, POIS TEM MUITO PROGRESSIVO E ESSE É UM PONTO AINDA A SER DESENVOLVIDO PELO ATITUDE. GOSTARIA QUE VOCÊ FIZESSE UM PARALELO ENTRE O PROGRESSIVO INTERNACIONAL E O BRASILEIRO NOS ANOS 70. VOCÊ, COM CERTEZA, CONHECE MÓDULO 1000, PERSONA, PERFUME AZUL DO SOL E O SOM IMAGINÁRIO. COMO ANALISA ESSAS BANDAS?
O Pântano Elétrico está ao seu dispor, se quiser utilizar os links que eu já disponibilizei por lá, fique à vontade. A parceria já está em atividade.
Sinceramente, nunca fui muito fã das bandas brasileiras de prog; gosto bastante, é verdade, mas nunca foram minhas preferidas; talvez por serem um subproduto do que faziam na Europa e, na maioria dos casos, os discos eram muito mal gravados. Eu acompanhei bem o Bacamarte, A Barca do Sol (que não considero tão prog assim) e O Terço (que eu considero a melhor dessas todas), ia a shows e tal. Outros, como Som Imaginário, Som Nosso De Cada Dia e várias outras bandas da época, eu só tinha um disco ou outro, escutava no rádio ou na casa de algum amigo. Esse Perfume Azul do Sol que você citou, por exemplo, eu nunca tinha ouvido falar! rsrsrs
Discordo em parte, porque acho que os Beatles não faziam parte da contracultura, eles eram só cultura, nada de contra... Mas concordo que foi mesmo um momento de culminação, de um fim meio que abrupto de sonhos um tanto ingênuos, ou pelo menos ingênuos na forma em que eram tratados e/ou seguidos; as flores dos hippies foram todas utilizadas nos funerais dos mortos no Vietnã; e por aí vai... Mas toda morte gera vida, por pior que essa vida possa ser (hehehe), tanto que depois os punks apareceram pra dar uma sacudida naquilo tudo. Ciclos eternos e repetitivos; assim caminha a humanidade.
A única coisa de positiva nisso tudo foi o tricampeonato do Brasil em 70, com aquele timaço!
CONCORDO, ACHO QUE USEI MAL O TERMO CONTRACULTURA.
SEMPRE PASSO PELO PÂNTANO ELÉTRICO E SEMPRE PENSEI: PÔ, ESSE PODERIA SER UM BLOG PARCEIRO, POIS TEM MUITO PROGRESSIVO E ESSE É UM PONTO AINDA A SER DESENVOLVIDO PELO ATITUDE. GOSTARIA QUE VOCÊ FIZESSE UM PARALELO ENTRE O PROGRESSIVO INTERNACIONAL E O BRASILEIRO NOS ANOS 70. VOCÊ, COM CERTEZA, CONHECE MÓDULO 1000, PERSONA, PERFUME AZUL DO SOL E O SOM IMAGINÁRIO. COMO ANALISA ESSAS BANDAS?
O Pântano Elétrico está ao seu dispor, se quiser utilizar os links que eu já disponibilizei por lá, fique à vontade. A parceria já está em atividade.
Sinceramente, nunca fui muito fã das bandas brasileiras de prog; gosto bastante, é verdade, mas nunca foram minhas preferidas; talvez por serem um subproduto do que faziam na Europa e, na maioria dos casos, os discos eram muito mal gravados. Eu acompanhei bem o Bacamarte, A Barca do Sol (que não considero tão prog assim) e O Terço (que eu considero a melhor dessas todas), ia a shows e tal. Outros, como Som Imaginário, Som Nosso De Cada Dia e várias outras bandas da época, eu só tinha um disco ou outro, escutava no rádio ou na casa de algum amigo. Esse Perfume Azul do Sol que você citou, por exemplo, eu nunca tinha ouvido falar! rsrsrs
VOCÊ TOCOU NUM PONTO QUE GEROU POLÊMICA NA ENTREVISTA DO CELSO LOOS: A RECUPERAÇÃO DE BANDAS QUE NA ÉPOCA ESTAVAM NO ANONIMATO; DESSE, CAMINHARAM PARA O OSTRACISMO E HOJE ESTÃO COMO ÍCONES. O QUE PENSA A ESSE RESPEITO?
Com exceções rarissimamente raras e extremamente mínimas as bandas que nunca despontaram realmente mereciam o anonimato. Hoje em dia, pra que possamos ver tão longe no passado, utilizamos umas lentes que acabam aumentando demais. Temos que levar em consideração, também, o contexto, a situação da época. Além disso, veja só: se hoje em dia é difícil uma banda ser melhor que (ou ao menos tão boa quanto) Zeppelin ou Sabbath, imagina na mesma época, com os caras ainda jovens e com todo aquele talento e vigor.
Aliás, que bandas são essas que viraram ícones? Cite uma só que eu te mostro umas dez do mesmo calibre ou melhores.
SOBRE O ROCK PAULEIRA ACHO QUE DEVEMOS DAR ÊNFASE NO SIGNIFICADO DE BANDAS COMO BLACK SABBATH, DEEP PURPLE E LED ZEPPELIN. JÁ LÍ MUITOS CRÍTICOS DIZEREM QUE DEPOIS DESSAS BANDAS NADA MAIS SAIU DE ORIGINAL NESSE ESTILO, OU SEJA, É TUDO CÓPIA. VOCÊ CONCORDA COM ESSA POSTURA?
Balela pura!! rsrsrs Eu penso o seguinte, de original mesmo só o blues, pois foi dele que se derivou 99% da música que foi surgindo desde então, seja o jazz (um blues levado às últimas conseqüências instrumentalmente), o funk (blues com groove e suingue), o soul (o blues formatado), o rock (o blues mais duro, ou mais ‘branco’) e todas as suas variações, o reggae (o blues com muita maconha - rsrsrs) e por aí vai... Daí pro prog ou pro metal, é tudo questão de perspectiva e alquimia: perspectiva pra ver até onde se pode ir com as idéias musicais e traçar conceitos, etc, e alquimia pra saber misturar todos os ingredientes de forma que daquilo tudo saia algo pelo menos autêntico.
Consequentemente, se tudo é derivação do blues, das duas uma: ou é tudo subproduto, ou é tudo original, já que nada é, exatamente, blues. rsrsrs
O Led Zeppelin no início, da mesma forma que os Stones, reciclou o blues à sua maneira (ah, se Muddy Waters, Howlin’ Wolf e Willy Dixon não existissem...); o mesmo vale pro primeiro do Sabbath; já o Purple tinha isso lá também, só que bem mais diluído.
Acho isso tudo uma mescla de engraçado com ridículo, vou te dar um exemplo: há pouco tempo atrás um amigo, escutando uma música do Black Crowes, disse que aquilo era bom porque parecia Stones ou Zeppelin. Ou seja, se déssemos valor somente ao Zepp e aos Stones, perderíamos uma bandaça como os Crowes. Da mesma forma, jamais curtiríamos Faith No More, Metallica, Marillion... Esses purismos e puristas dão no saco! KKKKKKKKK
Isso tudo pode parecer um contrassenso com o que eu disse anteriormente, mas quem disse que eu tenho a razão em tudo?!?! rsrsrs Brincadeiras à parte, eu nunca me incomodei (muito) de a banda ser ou não ser tão original assim, e isso foi se diluindo cada vez mais com o passar dos anos; hoje em dia, contanto que tenha qualidade musical intrínseca e me faça balançar a cabeça, já tá valendo.
Com exceções rarissimamente raras e extremamente mínimas as bandas que nunca despontaram realmente mereciam o anonimato. Hoje em dia, pra que possamos ver tão longe no passado, utilizamos umas lentes que acabam aumentando demais. Temos que levar em consideração, também, o contexto, a situação da época. Além disso, veja só: se hoje em dia é difícil uma banda ser melhor que (ou ao menos tão boa quanto) Zeppelin ou Sabbath, imagina na mesma época, com os caras ainda jovens e com todo aquele talento e vigor.
Aliás, que bandas são essas que viraram ícones? Cite uma só que eu te mostro umas dez do mesmo calibre ou melhores.
SOBRE O ROCK PAULEIRA ACHO QUE DEVEMOS DAR ÊNFASE NO SIGNIFICADO DE BANDAS COMO BLACK SABBATH, DEEP PURPLE E LED ZEPPELIN. JÁ LÍ MUITOS CRÍTICOS DIZEREM QUE DEPOIS DESSAS BANDAS NADA MAIS SAIU DE ORIGINAL NESSE ESTILO, OU SEJA, É TUDO CÓPIA. VOCÊ CONCORDA COM ESSA POSTURA?
Balela pura!! rsrsrs Eu penso o seguinte, de original mesmo só o blues, pois foi dele que se derivou 99% da música que foi surgindo desde então, seja o jazz (um blues levado às últimas conseqüências instrumentalmente), o funk (blues com groove e suingue), o soul (o blues formatado), o rock (o blues mais duro, ou mais ‘branco’) e todas as suas variações, o reggae (o blues com muita maconha - rsrsrs) e por aí vai... Daí pro prog ou pro metal, é tudo questão de perspectiva e alquimia: perspectiva pra ver até onde se pode ir com as idéias musicais e traçar conceitos, etc, e alquimia pra saber misturar todos os ingredientes de forma que daquilo tudo saia algo pelo menos autêntico.
Consequentemente, se tudo é derivação do blues, das duas uma: ou é tudo subproduto, ou é tudo original, já que nada é, exatamente, blues. rsrsrs
O Led Zeppelin no início, da mesma forma que os Stones, reciclou o blues à sua maneira (ah, se Muddy Waters, Howlin’ Wolf e Willy Dixon não existissem...); o mesmo vale pro primeiro do Sabbath; já o Purple tinha isso lá também, só que bem mais diluído.
Acho isso tudo uma mescla de engraçado com ridículo, vou te dar um exemplo: há pouco tempo atrás um amigo, escutando uma música do Black Crowes, disse que aquilo era bom porque parecia Stones ou Zeppelin. Ou seja, se déssemos valor somente ao Zepp e aos Stones, perderíamos uma bandaça como os Crowes. Da mesma forma, jamais curtiríamos Faith No More, Metallica, Marillion... Esses purismos e puristas dão no saco! KKKKKKKKK
Isso tudo pode parecer um contrassenso com o que eu disse anteriormente, mas quem disse que eu tenho a razão em tudo?!?! rsrsrs Brincadeiras à parte, eu nunca me incomodei (muito) de a banda ser ou não ser tão original assim, e isso foi se diluindo cada vez mais com o passar dos anos; hoje em dia, contanto que tenha qualidade musical intrínseca e me faça balançar a cabeça, já tá valendo.
DESCULPE A INTERRUPÇÃO, MAS É UM PONTO IMPORTANTE, CONCLUA SEU RACIOCÍNIO POR FAVOR.
Bem, vamos lá... No início dos anos 70, com o mercado ainda meio ‘virgem’, nós dávamos muito valor às bandas que apresentavam propostas mais originais, estilos muito próprios e isso se via muito mais nas bandas inglesas do que em outras partes do mundo. Por exemplo: existem trocentas bandas de southern rock absurdamente parecidas; o mesmo se dá com bandas e artistas de rock e de blues americanos, mas a questão não é essa; até por que acho que o rock tem todas as suas origens nos EUA, mas foi elevado ao patamar de Arte depois de ganhar sofisticação com os ingleses; é assim até hoje.
Com isso tudo, o que eu quero dizer é que o progressivo que se fazia no Brasil nunca me conquistou ou seduziu como deveria ou poderia, porque eu o achava bastante derivativo, com pouca ou nenhuma originalidade, apesar da evidente qualidade; mas isso é uma opinião muito particular. O engraçado é que hoje em dia eu curto muito mais essas bandas do que naquela época.
Uma outra coisa, também, é que mesmo gostando de prog nos anos 70, eu gostava muito mais do que chamávamos de ‘rock pauleira’ e rock em geral, era isso o que eu mais ouvia: Zeppelin, Purple, Sabbath, Grand Funk, Queen, Status Quo, The Who, Uriah Heep, Faces, Beatles, Stones, Sweet, UFO, Blue Oyster Cult; a lista é imensa e no meio dela estão todos os progs, de King Crimson, Genesis e Yes a Tangerine Dream, Jethro Tull, Grobschnitt e O Terço. Isso sem contar a música clássica e outros ritmos, mas meu forte era mesmo o rock pauleira.
Bem, vamos lá... No início dos anos 70, com o mercado ainda meio ‘virgem’, nós dávamos muito valor às bandas que apresentavam propostas mais originais, estilos muito próprios e isso se via muito mais nas bandas inglesas do que em outras partes do mundo. Por exemplo: existem trocentas bandas de southern rock absurdamente parecidas; o mesmo se dá com bandas e artistas de rock e de blues americanos, mas a questão não é essa; até por que acho que o rock tem todas as suas origens nos EUA, mas foi elevado ao patamar de Arte depois de ganhar sofisticação com os ingleses; é assim até hoje.
Com isso tudo, o que eu quero dizer é que o progressivo que se fazia no Brasil nunca me conquistou ou seduziu como deveria ou poderia, porque eu o achava bastante derivativo, com pouca ou nenhuma originalidade, apesar da evidente qualidade; mas isso é uma opinião muito particular. O engraçado é que hoje em dia eu curto muito mais essas bandas do que naquela época.
Uma outra coisa, também, é que mesmo gostando de prog nos anos 70, eu gostava muito mais do que chamávamos de ‘rock pauleira’ e rock em geral, era isso o que eu mais ouvia: Zeppelin, Purple, Sabbath, Grand Funk, Queen, Status Quo, The Who, Uriah Heep, Faces, Beatles, Stones, Sweet, UFO, Blue Oyster Cult; a lista é imensa e no meio dela estão todos os progs, de King Crimson, Genesis e Yes a Tangerine Dream, Jethro Tull, Grobschnitt e O Terço. Isso sem contar a música clássica e outros ritmos, mas meu forte era mesmo o rock pauleira.
EU COMECEI A CURTIR SOM POR VOLTA DE 1977 E SOFRIA DISCRIMINAÇÃO NA ESCOLA, PELO MODO DE ME VESTIR E COISA E TAL. ERA MOLEQUE E ISSO NÃO TINHA SIGNIFICADO. COMECEI A ME REBELAR QUANDO ADQUIRI CONSCIÊNCIA E PASSEI A FAZER PARTE DA UJS (UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA). QUE ANÁLISE VOCÊ FAZ EM RELAÇAO A ESSE PRECONCEITO. REALMENTE EXISTIA OU ERA ALGO CONSTRUÍDO POR NÓS MESMOS PARA MARCAR A DIFERENÇA NA SOCIEDADE?
O preconceito sempre existiu, desde antes da História. Se tem uma coisa que meio que nivela por baixo o preconceito é a pobreza, quando se é pobre, junto com outros pobres, não existe preconceito. Tive uma infância dura e na escola éramos todos iguais, com exceção para os ‘grandalhões irados e estúpidos’ (rsrsrs), já que esses sempre se acham os reis do pedaço. Como sou o caçula de uma família grande, consegui fazer o que na época chamávamos de ‘ginásio’ em uma escola particular e, lá eu senti a diferença, porque existia o preconceito por eu ser ‘o’ pobre e, ao mesmo tempo, eu era também bem protegido por outros. Toda moeda tem dois lados. Desde moleque estou acostumado com isso, essa coisa de ser ‘o diferente’, seja por causa do cabelão, da roupa, do papo... Eu nunca me encaixei num grupo assim tipo tribo, como hippies, roqueiros, metaleiros (tudo bem, head bangers...), pops, góticos, etc, mas sempre circulei na boa entre todos, porque tenho essa característica de ter um pouco de tudo na minha personalidade, já que sempre tentei me livrar de todos os preconceitos ao longo da vida. Ah, e porque sempre fui um cara de muitas palavras, como você pode ver aqui...
Nunca fui um rebelde sem causa, só por o ser e mais nada, mas se há algo que valha a pena ser rebelar, conte comigo!
Como eu disse, toda moeda tem dois lados: eu nunca fui o bonitão, o fortão, o artilheiro, nada disso, mas logo cedo eu aprendi o poder que um instrumento musical tem de conquistar as meninas muito mais irremediavelmente do que essas outras ‘qualidades’ citadas. hehehe
Preconceitos existem, é fato, o que é preciso é saber lidar com certas situações com serenidade e bom humor, porque é a melhor maneira de se passar por cima disso. E tentar levar a vida com sabedoria, tentando se livrar dessas coisas negativas, dando maior valor ao que realmente é bom ética e moralmente. Cara, não sou religioso, nem muito fã do John Lennon, mas tanto o Jesus quanto o ex-Beatle tinham a mais plena razão em um ponto: ‘tudo do que precisamos é o Amor’, simples assim. A merda é que gostamos de complicar as coisas...
Se me permite, aqui tem uns versos que escrevi sobre isso, depois de viver uma situação no mínimo surreal, e que ilustra bem o que penso sobre isso tudo.
DesEntendimento
Hoje eu quero ser franco
Tentando ser realista
Porque só por eu ser branco
Fui chamado de racista
Mesmo sendo um pacifista
Mesmo tendo nascido pobre
O trabalho me fez nobre
E o estudo, idealista
Sonho um mundo mais aberto
De pensamento mais liberto
Dessa farra falso-moralista
Sou brasileiro miscigenado
Não sou negro, nem mulato
Não sou índio, nem cafuzo
Nem sou branco, nem confuso
Nada disso e isso tudo
Não só isso e contudo
Tento ser um humanista
Que acredita que o igual
Não é o que vê a vista
E tudo isso, afinal
Por um riso, por tão pouco
Porque chamei de ‘nêgo louco’
Meu amigo piadista...
SUA POESIA ME FEZ LEMBRAR TORQUATO NETO. CHEGOU A TER CONTATO COM SUA OBRA?
Com sinceridade, eu nunca fui muito de gostar de poesia. Tem algumas exceções, é claro, como Augusto dos Anjos, Oscar Wilde, Drummond, entre outros, mas tudo muito esparso. O Torquato Neto, por exemplo, nunca li um livro dele; já li alguma coisa, sim, mas folheando o livro de alguém ou alguma referência e, é claro, várias letras de música que ele fez em parceria com Gilberto Gil, Jards Macalé e outros tantos. Eu diria que minha ‘formação poética’ vem muito mais das letras das músicas que escuto do que da leitura em si. O mais engraçado é que um dos meus livros de cabeceira é todo escrito em versos: ‘O Paraíso Perdido’, de John Milton.
O preconceito sempre existiu, desde antes da História. Se tem uma coisa que meio que nivela por baixo o preconceito é a pobreza, quando se é pobre, junto com outros pobres, não existe preconceito. Tive uma infância dura e na escola éramos todos iguais, com exceção para os ‘grandalhões irados e estúpidos’ (rsrsrs), já que esses sempre se acham os reis do pedaço. Como sou o caçula de uma família grande, consegui fazer o que na época chamávamos de ‘ginásio’ em uma escola particular e, lá eu senti a diferença, porque existia o preconceito por eu ser ‘o’ pobre e, ao mesmo tempo, eu era também bem protegido por outros. Toda moeda tem dois lados. Desde moleque estou acostumado com isso, essa coisa de ser ‘o diferente’, seja por causa do cabelão, da roupa, do papo... Eu nunca me encaixei num grupo assim tipo tribo, como hippies, roqueiros, metaleiros (tudo bem, head bangers...), pops, góticos, etc, mas sempre circulei na boa entre todos, porque tenho essa característica de ter um pouco de tudo na minha personalidade, já que sempre tentei me livrar de todos os preconceitos ao longo da vida. Ah, e porque sempre fui um cara de muitas palavras, como você pode ver aqui...
Nunca fui um rebelde sem causa, só por o ser e mais nada, mas se há algo que valha a pena ser rebelar, conte comigo!
Como eu disse, toda moeda tem dois lados: eu nunca fui o bonitão, o fortão, o artilheiro, nada disso, mas logo cedo eu aprendi o poder que um instrumento musical tem de conquistar as meninas muito mais irremediavelmente do que essas outras ‘qualidades’ citadas. hehehe
Preconceitos existem, é fato, o que é preciso é saber lidar com certas situações com serenidade e bom humor, porque é a melhor maneira de se passar por cima disso. E tentar levar a vida com sabedoria, tentando se livrar dessas coisas negativas, dando maior valor ao que realmente é bom ética e moralmente. Cara, não sou religioso, nem muito fã do John Lennon, mas tanto o Jesus quanto o ex-Beatle tinham a mais plena razão em um ponto: ‘tudo do que precisamos é o Amor’, simples assim. A merda é que gostamos de complicar as coisas...
Se me permite, aqui tem uns versos que escrevi sobre isso, depois de viver uma situação no mínimo surreal, e que ilustra bem o que penso sobre isso tudo.
DesEntendimento
Hoje eu quero ser franco
Tentando ser realista
Porque só por eu ser branco
Fui chamado de racista
Mesmo sendo um pacifista
Mesmo tendo nascido pobre
O trabalho me fez nobre
E o estudo, idealista
Sonho um mundo mais aberto
De pensamento mais liberto
Dessa farra falso-moralista
Sou brasileiro miscigenado
Não sou negro, nem mulato
Não sou índio, nem cafuzo
Nem sou branco, nem confuso
Nada disso e isso tudo
Não só isso e contudo
Tento ser um humanista
Que acredita que o igual
Não é o que vê a vista
E tudo isso, afinal
Por um riso, por tão pouco
Porque chamei de ‘nêgo louco’
Meu amigo piadista...
SUA POESIA ME FEZ LEMBRAR TORQUATO NETO. CHEGOU A TER CONTATO COM SUA OBRA?
Com sinceridade, eu nunca fui muito de gostar de poesia. Tem algumas exceções, é claro, como Augusto dos Anjos, Oscar Wilde, Drummond, entre outros, mas tudo muito esparso. O Torquato Neto, por exemplo, nunca li um livro dele; já li alguma coisa, sim, mas folheando o livro de alguém ou alguma referência e, é claro, várias letras de música que ele fez em parceria com Gilberto Gil, Jards Macalé e outros tantos. Eu diria que minha ‘formação poética’ vem muito mais das letras das músicas que escuto do que da leitura em si. O mais engraçado é que um dos meus livros de cabeceira é todo escrito em versos: ‘O Paraíso Perdido’, de John Milton.
Maddy e sua guitarra é a Leslie, "uma Gibson Les Paul De Luxe, preta, preta, pretinha, minha preferida, meu xodó."
E SEU CONTATO COM A GALERA DOS SERES DA NOITE? O QUE AQUELA TURMA SIGNIFICA PARA VOCÊ?
Bem, o César já virou irmão. Os primeiros blogueiros parceiros que eu encontrei foram o Edson e o César, e isso está devidamente documentado em uma das hilárias colunas antissociais (fuckin’ reforma ortográfica!) no Gravetos & Berlotas. Foi num boteco da Lapa e ficamos horas trocando as idéias mais loucas. Desde então, mantemos contato constante e toda a vez que vou ao Rio faço questão de encontrar com eles – Edson, César e Miguel -, às vezes um ou outro fura, mas sempre nos falamos, trocamos e-mails, etc. Fora Los Tres Amigos já citados, ainda tem o ZéNato, uma figura totalmente do Bem, ótimo pintor e churrasqueiro, que inclusive já contribuiu com uns discos lá pro Pântano, também. Ainda não me encontrei com todos os outros malucos do Seres, mas sempre que posso entro em contato por e-mail e na caixa de comentários de nossos blogs. Aliás, para mim, a caixa de comentários no SDN é a atração principal, porque quase tudo que eles postam lá, e que eu curto, eu já tenho, e, convenhamos, é sempre hilária aquela bagunça lá!! rsrsrsrsrsrsrs
São todos diferentes entre si, cada um com um senso de humor muito peculiar; mesmo que eu ainda não tenha conhecido alguns deles pessoalmente, já os considero meus amigos, até porque são tantas afinidades que não dá pra deixar passar batido, não é mesmo?
RECEBI ALGUMAS CRÍTICAS POR ESTAR FAZENDO ENTREVISTAS COM A GALERA DO BLOG. A PESSOA NÃO DEU NENHUM ARGUMENTO, APENAS DEIXOU A CRÍTICA PELA CRÍTICA. VOCÊ TEM CURTIDO ESSE TRABALHO DO ATITUDE FANZINE? QUE SUGESTÕES DARIA PARA PODERMOS MELHORAR NOSSO TRABALHO?
Quando a crítica tem algum fundamento ou alguma base para discussão ou debate, acho que é válida, afinal todos nós temos pontos de vista bem diferentes entre nós, e nada melhor do que uma boa conversa para aprender e, como pudermos, ensinar um pouco do que já sabemos, também. Agora, alguém que faz uma crítica depreciativa, sem argumentos, só pode estar querendo criar algum tipo de polêmica inócua e improfícua (OK, Sr. Troll, eu espero, vai lá procurar no Aurélio... rsrsrs); é perda de tempo e uma energia gasta por nada. A rede está cheia dessas pessoas que chamamos ‘carinhosamente’ de trolls, não há o que se fazer além da implementação da moderação dos comentários, mas cedo ou tarde esses trolls acabam se recolhendo à sua desprezível insignificância.
Essas entrevistas aqui no Atitude Fanzine têm me agradado bastante, porque desta forma temos a possibilidade de conhecer um pouco mais as pessoas que, de várias formas, vamos aprendendo a admirar, e de um jeito mais informal e divertido.
Eu ainda não tive tempo de ler todas as entrevistas, mas todas as que eu li tiveram ótimos momentos. Acho que todos nós, que temos freqüentado nossos blogs, já estamos formando uma espécie de confraria; e isso ainda vai render muitas histórias feitas não só pelos blogueiros, mas também por todos aqueles que se identificam com tudo isso, como todos os entrevistados aqui e a galera que costuma freqüentar nossos blogs, baixar os discos que disponibilizamos e tudo o mais. A árvore está crescendo, meu camarada!! ´Só tenho uma sugestão, não pare!
Bem, o César já virou irmão. Os primeiros blogueiros parceiros que eu encontrei foram o Edson e o César, e isso está devidamente documentado em uma das hilárias colunas antissociais (fuckin’ reforma ortográfica!) no Gravetos & Berlotas. Foi num boteco da Lapa e ficamos horas trocando as idéias mais loucas. Desde então, mantemos contato constante e toda a vez que vou ao Rio faço questão de encontrar com eles – Edson, César e Miguel -, às vezes um ou outro fura, mas sempre nos falamos, trocamos e-mails, etc. Fora Los Tres Amigos já citados, ainda tem o ZéNato, uma figura totalmente do Bem, ótimo pintor e churrasqueiro, que inclusive já contribuiu com uns discos lá pro Pântano, também. Ainda não me encontrei com todos os outros malucos do Seres, mas sempre que posso entro em contato por e-mail e na caixa de comentários de nossos blogs. Aliás, para mim, a caixa de comentários no SDN é a atração principal, porque quase tudo que eles postam lá, e que eu curto, eu já tenho, e, convenhamos, é sempre hilária aquela bagunça lá!! rsrsrsrsrsrsrs
São todos diferentes entre si, cada um com um senso de humor muito peculiar; mesmo que eu ainda não tenha conhecido alguns deles pessoalmente, já os considero meus amigos, até porque são tantas afinidades que não dá pra deixar passar batido, não é mesmo?
RECEBI ALGUMAS CRÍTICAS POR ESTAR FAZENDO ENTREVISTAS COM A GALERA DO BLOG. A PESSOA NÃO DEU NENHUM ARGUMENTO, APENAS DEIXOU A CRÍTICA PELA CRÍTICA. VOCÊ TEM CURTIDO ESSE TRABALHO DO ATITUDE FANZINE? QUE SUGESTÕES DARIA PARA PODERMOS MELHORAR NOSSO TRABALHO?
Quando a crítica tem algum fundamento ou alguma base para discussão ou debate, acho que é válida, afinal todos nós temos pontos de vista bem diferentes entre nós, e nada melhor do que uma boa conversa para aprender e, como pudermos, ensinar um pouco do que já sabemos, também. Agora, alguém que faz uma crítica depreciativa, sem argumentos, só pode estar querendo criar algum tipo de polêmica inócua e improfícua (OK, Sr. Troll, eu espero, vai lá procurar no Aurélio... rsrsrs); é perda de tempo e uma energia gasta por nada. A rede está cheia dessas pessoas que chamamos ‘carinhosamente’ de trolls, não há o que se fazer além da implementação da moderação dos comentários, mas cedo ou tarde esses trolls acabam se recolhendo à sua desprezível insignificância.
Essas entrevistas aqui no Atitude Fanzine têm me agradado bastante, porque desta forma temos a possibilidade de conhecer um pouco mais as pessoas que, de várias formas, vamos aprendendo a admirar, e de um jeito mais informal e divertido.
Eu ainda não tive tempo de ler todas as entrevistas, mas todas as que eu li tiveram ótimos momentos. Acho que todos nós, que temos freqüentado nossos blogs, já estamos formando uma espécie de confraria; e isso ainda vai render muitas histórias feitas não só pelos blogueiros, mas também por todos aqueles que se identificam com tudo isso, como todos os entrevistados aqui e a galera que costuma freqüentar nossos blogs, baixar os discos que disponibilizamos e tudo o mais. A árvore está crescendo, meu camarada!! ´Só tenho uma sugestão, não pare!
(1991, Fendernanda, outra Frankenstein. De Fender só tinha o corpo. “ Mexi muito nessa guitarra, ficou tão boa que acabei vendendo por uma nota preta. ”)
O ROCK IN RIO DE 1985 POPULARIZOU OU COMERCIALIZOU O ROCK NO BRASIL? QUE LEMBRANÇAS TÊM DAQUELE EVENTO?
Janeiro de 85. Ao mesmo tempo em que nosso país via pela primeira vez um festival musical que contava com vários nomes de peso da música internacional, finalmente um presidente não-militar era eleito, após duas décadas de ditadura militar. Foi um grande momento de convergências. Alívio, desbunde, euforia... O Brasil saía de um momento negro de sua história bem no meio do colorido da New Wave. A música calcada no Rock já vinha dando o que falar nos últimos anos com o estouro da Blitz, com o Circo Voador, a Rádio Fluminense, as muitas bandas de São Paulo e Brasília, Camisa de Vênus e tantas outras. Eu acho que o estopim disso tudo se deu com a vinda do mega show do Kiss, em 83, e o Rock In Rio foi um ponto culminante que ajudou a popularizar, sim, o rock em geral, mas colocou em evidência um certo ‘movimento’ que já vinha pulsando, o rock pesado e todas as suas faces, do Kiss ao Iron Maiden, passando por AC/DC, Ozzy, Venom, Slayer, Metallica, Motörhead e todas aquelas bandas de rock que nosso amigo Edson caracteriza como ‘hair metal’ (rsrsrs), vão aí Mötley Crüe, Ratt e WASP, entre muitas. É claro que gravadoras e vários artistas encheram seus rabos de dinheiro com esse boom; a seleção natural fez com que os bons sobrevivessem e os ruins fossem de encontro ao seu destino certo: o devido esquecimento após se queimarem no fogo fugaz da grande indústria. Como eu já disse antes, tudo isso é cíclico, já passamos pelo axé, rap, lambada, até pelo rock novamente.
Do Rock In Rio, em si, tenho várias lembranças: a lama, Iron Maiden no auge, cerveja Malt ‘nojenta’, Ozzy, John Sykes, Angus Young, lama, Erasmo Carlos e Eduardo Dusek servindo de alvos móveis; gel colorido no cabelo, chuva, lama, Queen, os gritos da porra-louca Nina Hagen, casais trepando ao som de James Taylor; vários dias mal dormidos, o show de laser do Yes, a guitarra com o formato do logo do festival de Matthias Jabs do Scorpions; profecias de Nostradamus, a Glória Maria assustada com os ‘metaleiros’, Pepeu Gomes engolindo todos os outros guitarristas que se apresentaram; a lama... rsrsrs Lembro até do abaixo assinado que fizeram pra que o Água Brava se apresentasse no festival! Esse Rock In Rio faz jus ao epíteto ‘divisor de águas’, com louvor.
Impressionante, tô véio, mas minha memória continua tinindo... rsrsrsrsrs
Janeiro de 85. Ao mesmo tempo em que nosso país via pela primeira vez um festival musical que contava com vários nomes de peso da música internacional, finalmente um presidente não-militar era eleito, após duas décadas de ditadura militar. Foi um grande momento de convergências. Alívio, desbunde, euforia... O Brasil saía de um momento negro de sua história bem no meio do colorido da New Wave. A música calcada no Rock já vinha dando o que falar nos últimos anos com o estouro da Blitz, com o Circo Voador, a Rádio Fluminense, as muitas bandas de São Paulo e Brasília, Camisa de Vênus e tantas outras. Eu acho que o estopim disso tudo se deu com a vinda do mega show do Kiss, em 83, e o Rock In Rio foi um ponto culminante que ajudou a popularizar, sim, o rock em geral, mas colocou em evidência um certo ‘movimento’ que já vinha pulsando, o rock pesado e todas as suas faces, do Kiss ao Iron Maiden, passando por AC/DC, Ozzy, Venom, Slayer, Metallica, Motörhead e todas aquelas bandas de rock que nosso amigo Edson caracteriza como ‘hair metal’ (rsrsrs), vão aí Mötley Crüe, Ratt e WASP, entre muitas. É claro que gravadoras e vários artistas encheram seus rabos de dinheiro com esse boom; a seleção natural fez com que os bons sobrevivessem e os ruins fossem de encontro ao seu destino certo: o devido esquecimento após se queimarem no fogo fugaz da grande indústria. Como eu já disse antes, tudo isso é cíclico, já passamos pelo axé, rap, lambada, até pelo rock novamente.
Do Rock In Rio, em si, tenho várias lembranças: a lama, Iron Maiden no auge, cerveja Malt ‘nojenta’, Ozzy, John Sykes, Angus Young, lama, Erasmo Carlos e Eduardo Dusek servindo de alvos móveis; gel colorido no cabelo, chuva, lama, Queen, os gritos da porra-louca Nina Hagen, casais trepando ao som de James Taylor; vários dias mal dormidos, o show de laser do Yes, a guitarra com o formato do logo do festival de Matthias Jabs do Scorpions; profecias de Nostradamus, a Glória Maria assustada com os ‘metaleiros’, Pepeu Gomes engolindo todos os outros guitarristas que se apresentaram; a lama... rsrsrs Lembro até do abaixo assinado que fizeram pra que o Água Brava se apresentasse no festival! Esse Rock In Rio faz jus ao epíteto ‘divisor de águas’, com louvor.
Impressionante, tô véio, mas minha memória continua tinindo... rsrsrsrsrs
ALGO QUE CURTO MUITO EM SEU BLOG É A DIVERSIDADE DE BANDAS QUE NÃO FREQÜENTAM OUTROS BLOGS. COMO VOCÊ VÊ AS NOVAS TENDÊNCIAS? QUE DISCOS LANÇADOS RECENTEMENTE VOCÊ INDICARIA PARA A GALERA?
Eu li na entrevista do irmãoSinho Edson que ele considera que nenhuma banda atual tenha
lançado algo que possa se chamar de obra de arte. Pois discordo completamente dele, pois existem, sim, muitíssimos discos que foram lançados nos últimos anos que podemos considerar como obras de arte; pode-se até não gostar do trabalho, mas não há como negar que os discos da Björk se enquadram nessa categoria facilmente, da mesma maneira que vários outros de artistas e bandas como Radiohead, The Flaming Lips, Porcupine Tree, Fantômas, Beck, The Mars Volta... Só pra ficar em uns poucos que me ocorreram assim rápido. Os discos do Lenine, por exemplo, são todos fantásticos, mas ‘Olho de Peixe (em parceria com Marcos Suzano) e ‘O Dia Em Que Faremos Contato’ eu considero obras-primas da MPB (mas, tudo bem, um é de 92 e o outro de 97...).
É claro que hoje em dia é bem mais difícil, pra não dizer quase impossível, de se encontrar algo realmente original na música, porque todos os ritmos inventados já foram estudados, desenvolvidos, depurados, decupados, reciclados e, de uma forma ou de outra, inseridos na cultura mundial; então, o que acontece é a mistura de várias tendências e influências, podendo daí surgir algo inovador, ou não, ou com pelo menos um cheiro de coisa nova. Um exemplo é o Gogol Bordello, que mistura música folclórica balcânica e gitana com punk rock; não é uma grande novidade, porque bandas como Mano Negra e Les Negresses Vertes também faziam esse tipo de mistura em maior ou menor grau, mas não com esse sabor novo do Gogol.
Tem um monte de gente que odeia o White Stripes, seja porque a baterista é ruim ou porque não tem baixo, mas não há como negar a genialidade de Jack White como compositor, cantor e músico – aliás, essa coisa de banda de rock sem baixo... Qual é o problema? O Jon Spencer Blues Explosion tem duas guitarras e bateria e é sensacional. E o outro lado? O Morphine não tinha guitarra, mas um sax barítono e um baixo de duas cordas tocado com slide (!!) e eles faziam um rock de primeiríssima qualidade.
Tem, também, o LCD Soundsystem, que tá mais pra projeto do que pra banda, que faz uma mistura de rock, eletrônica e música dançante muitíssimo consistente e de alta qualidade. A lista é grande e vou me ater só a esses, por enquanto, só para dar alguns exemplos.
O que quero dizer com isso tudo é que ainda se faz muita música boa por aí, só temos que tentar separar o joio, tendo uma visão mais ampla, sem preconceitos e sem aceitar automaticamente aquilo que a imprensa nos joga na cara; como sempre, os bons sobreviverão e os que nada adicionam (além de $ às suas próprias contas bancárias) cairão no esquecimento.
Entre os discos mais novos que tenho ouvido (e gostado), eu posso citar alguns, de diferentes gêneros e estilos, sendo que alguns nem são assim tão novos, mas aí vão:
The Last Shadow Puppets – The Age Of Understatement
Radiohead - eu poderia dizer todos, mas como o In Rainbows é o mais novo...
Siena Root – Far From The Sun
Plajia – Beautiful Explosion
Pinback – Autumn Of The Seraphs
Animal Collective – Merryweather Post-Pavillon
Fireball Ministry – Their Rock Is Not Our Rock
Muse – Black Holes & Revelations (e todos os outros discos deles também)
Wolfmother – Wolfmother (2005)
The Raconteurs – Broken Boy Soldier
LCD Soundsystem – Sound Of Silver
Pure Reason Revolution – The Dark Third
Brad Paisley – Play (The Guitar Album)
Bob Dylan – Modern Times
Bem, pelo menos esses são os que vêm à minha cabeça no momento, em ordem bem aleatória.
lançado algo que possa se chamar de obra de arte. Pois discordo completamente dele, pois existem, sim, muitíssimos discos que foram lançados nos últimos anos que podemos considerar como obras de arte; pode-se até não gostar do trabalho, mas não há como negar que os discos da Björk se enquadram nessa categoria facilmente, da mesma maneira que vários outros de artistas e bandas como Radiohead, The Flaming Lips, Porcupine Tree, Fantômas, Beck, The Mars Volta... Só pra ficar em uns poucos que me ocorreram assim rápido. Os discos do Lenine, por exemplo, são todos fantásticos, mas ‘Olho de Peixe (em parceria com Marcos Suzano) e ‘O Dia Em Que Faremos Contato’ eu considero obras-primas da MPB (mas, tudo bem, um é de 92 e o outro de 97...).
É claro que hoje em dia é bem mais difícil, pra não dizer quase impossível, de se encontrar algo realmente original na música, porque todos os ritmos inventados já foram estudados, desenvolvidos, depurados, decupados, reciclados e, de uma forma ou de outra, inseridos na cultura mundial; então, o que acontece é a mistura de várias tendências e influências, podendo daí surgir algo inovador, ou não, ou com pelo menos um cheiro de coisa nova. Um exemplo é o Gogol Bordello, que mistura música folclórica balcânica e gitana com punk rock; não é uma grande novidade, porque bandas como Mano Negra e Les Negresses Vertes também faziam esse tipo de mistura em maior ou menor grau, mas não com esse sabor novo do Gogol.
Tem um monte de gente que odeia o White Stripes, seja porque a baterista é ruim ou porque não tem baixo, mas não há como negar a genialidade de Jack White como compositor, cantor e músico – aliás, essa coisa de banda de rock sem baixo... Qual é o problema? O Jon Spencer Blues Explosion tem duas guitarras e bateria e é sensacional. E o outro lado? O Morphine não tinha guitarra, mas um sax barítono e um baixo de duas cordas tocado com slide (!!) e eles faziam um rock de primeiríssima qualidade.
Tem, também, o LCD Soundsystem, que tá mais pra projeto do que pra banda, que faz uma mistura de rock, eletrônica e música dançante muitíssimo consistente e de alta qualidade. A lista é grande e vou me ater só a esses, por enquanto, só para dar alguns exemplos.
O que quero dizer com isso tudo é que ainda se faz muita música boa por aí, só temos que tentar separar o joio, tendo uma visão mais ampla, sem preconceitos e sem aceitar automaticamente aquilo que a imprensa nos joga na cara; como sempre, os bons sobreviverão e os que nada adicionam (além de $ às suas próprias contas bancárias) cairão no esquecimento.
Entre os discos mais novos que tenho ouvido (e gostado), eu posso citar alguns, de diferentes gêneros e estilos, sendo que alguns nem são assim tão novos, mas aí vão:
The Last Shadow Puppets – The Age Of Understatement
Radiohead - eu poderia dizer todos, mas como o In Rainbows é o mais novo...
Siena Root – Far From The Sun
Plajia – Beautiful Explosion
Pinback – Autumn Of The Seraphs
Animal Collective – Merryweather Post-Pavillon
Fireball Ministry – Their Rock Is Not Our Rock
Muse – Black Holes & Revelations (e todos os outros discos deles também)
Wolfmother – Wolfmother (2005)
The Raconteurs – Broken Boy Soldier
LCD Soundsystem – Sound Of Silver
Pure Reason Revolution – The Dark Third
Brad Paisley – Play (The Guitar Album)
Bob Dylan – Modern Times
Bem, pelo menos esses são os que vêm à minha cabeça no momento, em ordem bem aleatória.
VOCÊ VIVEU INTENSAMENTE SUA JUVENTUDE E PARTIU EM BUSCA DO MUNDO. VOCÊ AINDA VÊ NO JOVEM ESSE ESPÍRITO DE BUSCA? A JUVENTUDE É REALMENTE ALIENADA COMO INSISTEM NOSSOS DOUTORES DO CONSENSO?
Se existe uma coisa que eu não gosto é a tal da generalização; ainda mais no Brasil, um país continental, de trocentas culturas diferentes, ligada pelo frágil fio da língua portuguesa, mas vou entrar aqui nesse perigoso território das generalizações.
Vejo muito mais esse espírito de busca e de luta em pessoas de classes mais baixas, o que produz o que muitos hoje em dia chamam de ‘guerreiros’, pessoas que tem esse espírito de ir à luta, buscando realizar seus sonhos, apesar de todos os obstáculos e preconceitos. A classe média, essencialmente burguesa e que, principalmente, habita as capitais, está acomodada, chafurdando em sua própria desimportância histórica, jogando vídeo games, enclausurada em seus condomínios, alheia ao mundo ao seu redor, dentro de seus carros importados, seus multi-celulares multi-funções, sem ouvir um ai sequer além do que sai do seu iPod. A classe alta continua acastelada em seu próprio umbigo.
De qualquer maneira, isso não quer dizer que o ser humano, de qualquer dessas classes, deixe de buscar a sua própria verdade, em diversos graus, tanto o meramente privado quanto também o comunitário ou universal.
Hoje em dia, com tanta facilidade de se obter informação, acho que só se aliena aquele que quer, por vontade própria ou, na maioria dos casos, por desinteresse; mas acho que nem podemos culpar os jovens em si, já que a esmagadora maioria dessas últimas gerações foi educada por TVs, babás (ou creches) despreparadas e escolas com métodos pedagógicos pra lá de ultrapassados e ineficientes. São frutos de processos que vêm ocorrendo desde meados do século passado e que são assuntos muitos mais extensos, pra muitos e muitos debates, não para tratarmos com irreverência nessa nossa conversa informal aqui...
Por outro lado, e sendo você professor deve entender perfeitamente isso, dentro de uma turma de alunos sempre tem alguém que se destaca dos demais, que cultiva a curiosidade, tem ânsia pelo conhecimento; talvez, se fizermos algumas estatísticas, vejamos que a média seja mesmo essa: uma pessoa dentro de uma turma de 30 ou 40, que realmente se sobressai e tem interessantes maiores em tudo que a rodeia; o pior é que isso não muda há milênios.
Se existe uma coisa que eu não gosto é a tal da generalização; ainda mais no Brasil, um país continental, de trocentas culturas diferentes, ligada pelo frágil fio da língua portuguesa, mas vou entrar aqui nesse perigoso território das generalizações.
Vejo muito mais esse espírito de busca e de luta em pessoas de classes mais baixas, o que produz o que muitos hoje em dia chamam de ‘guerreiros’, pessoas que tem esse espírito de ir à luta, buscando realizar seus sonhos, apesar de todos os obstáculos e preconceitos. A classe média, essencialmente burguesa e que, principalmente, habita as capitais, está acomodada, chafurdando em sua própria desimportância histórica, jogando vídeo games, enclausurada em seus condomínios, alheia ao mundo ao seu redor, dentro de seus carros importados, seus multi-celulares multi-funções, sem ouvir um ai sequer além do que sai do seu iPod. A classe alta continua acastelada em seu próprio umbigo.
De qualquer maneira, isso não quer dizer que o ser humano, de qualquer dessas classes, deixe de buscar a sua própria verdade, em diversos graus, tanto o meramente privado quanto também o comunitário ou universal.
Hoje em dia, com tanta facilidade de se obter informação, acho que só se aliena aquele que quer, por vontade própria ou, na maioria dos casos, por desinteresse; mas acho que nem podemos culpar os jovens em si, já que a esmagadora maioria dessas últimas gerações foi educada por TVs, babás (ou creches) despreparadas e escolas com métodos pedagógicos pra lá de ultrapassados e ineficientes. São frutos de processos que vêm ocorrendo desde meados do século passado e que são assuntos muitos mais extensos, pra muitos e muitos debates, não para tratarmos com irreverência nessa nossa conversa informal aqui...
Por outro lado, e sendo você professor deve entender perfeitamente isso, dentro de uma turma de alunos sempre tem alguém que se destaca dos demais, que cultiva a curiosidade, tem ânsia pelo conhecimento; talvez, se fizermos algumas estatísticas, vejamos que a média seja mesmo essa: uma pessoa dentro de uma turma de 30 ou 40, que realmente se sobressai e tem interessantes maiores em tudo que a rodeia; o pior é que isso não muda há milênios.
(Meados dos anos 80. Essa era a Frankristine, outra Frankenstein; foi a primeira guitarra que feita e montada por Maddy Lee, tinha o modelo da Telecaster)
E FILOSOFIA? VOCÊ ESCREVE COM ARGUMENTOS. CURTE NIETZSCHE, SARTRE, WALTER BENJAMIM? O MUNDO UNDERGROUND É REFLEXO DE UMA MENTE CARREGADA DE CONSCIÊNCIA CRÍTICA?
Já li muito, todos esses filósofos e relacionados, com os nomes mais difíceis de se escrever (Nietzsche, Kierkegaard...) ou não (Kant, Sartre...). rsrsrsrsrs Acho que esses caras não tinham muito o que fazer e também não gostavam muito de trabalhar, aí arrumavam um jeito de alguém os patrocinar pra não fazerem nada... rsrsrs Em contrapartida, pra justificar esse investimento, queimavam a cabeça e tentavam colocar no papel suas idéias sobre o que somos ou deveríamos ser, ou o sentido disso tudo, etc. No fim, é meio que um clubezinho fechado, cheio de idéias, feito por e para pessoas com um nível cultural muito acima da maior parte da população que tem muito mais com que se preocupar do que em ser humano em demasia. Deve ser difícil filosofar enquanto se está cortando cana, cavando a terra em busca de minério, ou tendo que levar os filhos pra escola, correr pro escritório, almoçar em 30 minutos e depois pegar um ônibus lotado que te deixará em casa em duas horas, morto de cansaço, estresse e tédio.
Pelo que disse aí em cima pode não parecer, mas acho válida toda e qualquer filosofia que não nos dê somente perguntas e questionamentos, mas algumas respostas práticas, e que contribua para a evolução da nossa espécie. Tem uma frase do guitarrista Pat Metheny que é um dos meus motes particulares: ‘você tem que saber a técnica pra fazer o que quer fazer da melhor forma, mesmo que nunca a utilize’, não necessariamente nessas palavras exatas, mas é o sentido que vale – pra amarrar seu sapato você precisa saber fazer o nó, mas pode inventar um nó diferente, não pode? E, depois, quantos nós a mais você poderia dar nesse cadarço? O Conhecimento a Cultura te abrem muitas portas, mesmo que você queira ficar somente deitado na sua rede. Tendo algum conhecimento filosófico, você pode aumentar o leque de perspectivas diante de toda e qualquer situação, mesmo que queira correr o risco de fazer algo inesperado ou diferente.
Agora, ‘mundo underground’... O que é isso? É onde vivem os Morlock? rsrsrs Me explica isso aí direito, Paulão! rsrsrs Cada pergunta difícil... KKKKKKKKKKK
QUAL VOCÊ CONSIDERA O MELHOR LETRISTA DO ROCK OU DA MPB NACIONAL? QUE MÚSICAS VOCÊ DIRIA QUE TRADUZEM O SER DIFERENTE NA SOCIEDADE?
Não entendi isso aí, não: ‘...QUE TRADUZEM O SER DIFERENTE NA SOCIEDADE’. Traduz isso pra mim, professor... rsrsrs
Não consigo eleger ‘O’ melhor, mas aí vai uma lista dos que mais gosto; primeiro os brasucas, depois os gringos, tudo na mais perfeita desordem:
Chico Buarque, Paulo César Pinheiro, Bráulio Tavares, Chico Science, Renato Russo, Jorge Mautner, Cazuza, Lobão, Caetano Veloso (esse deveria desistir da música e ser só letrista...), Arnaldo Antunes (esse também...), André Abujamra, Jean Kuperman, Aldir Blanc, Ronaldo Bastos, mais um monte. Ah, e o grande Odair José!! rsrsrsrsrsrsrsrs
Bob Dylan, Leonard Cohen, Peter Hammill, Jon Anderson, Roger Waters, Bernie Taupin, Cole Porter, Peter Gabriel, PJ Harvey, Björk, Fish, Neil Peart, sei lá mais quantos, mas não posso deixar de fora o renomado literato David Coverdale e todos os seus múltiplos usos das palavras baby, girl e love... KKKKKKKKKKK
DISSE NO SENTIDO DE FUGIR DO PADRÃO CONVENCIONAL, DE NÃO SER APENAS REFLEXO DO QUE A SOCIEDADE IMPÕE; LETRAS QUE TRATAM DA PARTE MARGINALIZADA POR NÃO SE ENQUADRAR NO SISTEMA.
Acho que, atualmente, letras assim, digamos, mais engajadas e rebeldes contra o sistema são mais encontradas no rap, já que o punk se ‘emotizou’ e perdeu muito de sua essência contestadora. No Metal ainda encontramos uma ou outra letra que saem do convencional, com críticas à sociedade (principalmente às classes dominantes), religião, e hipocrisias em geral, sem que sejam deliberadamente ofensivas, mas essencialmente questionadoras e relevantes; como as do Rage Against The Machine, por exemplo.
No geral, a rebeldia também ‘vende’ bem, então nós temos que saber, também, quem é sincero ou não em suas propostas, porque não adianta falar das injustiças e depois andar por aí fazendo besteira.
Já li muito, todos esses filósofos e relacionados, com os nomes mais difíceis de se escrever (Nietzsche, Kierkegaard...) ou não (Kant, Sartre...). rsrsrsrsrs Acho que esses caras não tinham muito o que fazer e também não gostavam muito de trabalhar, aí arrumavam um jeito de alguém os patrocinar pra não fazerem nada... rsrsrs Em contrapartida, pra justificar esse investimento, queimavam a cabeça e tentavam colocar no papel suas idéias sobre o que somos ou deveríamos ser, ou o sentido disso tudo, etc. No fim, é meio que um clubezinho fechado, cheio de idéias, feito por e para pessoas com um nível cultural muito acima da maior parte da população que tem muito mais com que se preocupar do que em ser humano em demasia. Deve ser difícil filosofar enquanto se está cortando cana, cavando a terra em busca de minério, ou tendo que levar os filhos pra escola, correr pro escritório, almoçar em 30 minutos e depois pegar um ônibus lotado que te deixará em casa em duas horas, morto de cansaço, estresse e tédio.
Pelo que disse aí em cima pode não parecer, mas acho válida toda e qualquer filosofia que não nos dê somente perguntas e questionamentos, mas algumas respostas práticas, e que contribua para a evolução da nossa espécie. Tem uma frase do guitarrista Pat Metheny que é um dos meus motes particulares: ‘você tem que saber a técnica pra fazer o que quer fazer da melhor forma, mesmo que nunca a utilize’, não necessariamente nessas palavras exatas, mas é o sentido que vale – pra amarrar seu sapato você precisa saber fazer o nó, mas pode inventar um nó diferente, não pode? E, depois, quantos nós a mais você poderia dar nesse cadarço? O Conhecimento a Cultura te abrem muitas portas, mesmo que você queira ficar somente deitado na sua rede. Tendo algum conhecimento filosófico, você pode aumentar o leque de perspectivas diante de toda e qualquer situação, mesmo que queira correr o risco de fazer algo inesperado ou diferente.
Agora, ‘mundo underground’... O que é isso? É onde vivem os Morlock? rsrsrs Me explica isso aí direito, Paulão! rsrsrs Cada pergunta difícil... KKKKKKKKKKK
QUAL VOCÊ CONSIDERA O MELHOR LETRISTA DO ROCK OU DA MPB NACIONAL? QUE MÚSICAS VOCÊ DIRIA QUE TRADUZEM O SER DIFERENTE NA SOCIEDADE?
Não entendi isso aí, não: ‘...QUE TRADUZEM O SER DIFERENTE NA SOCIEDADE’. Traduz isso pra mim, professor... rsrsrs
Não consigo eleger ‘O’ melhor, mas aí vai uma lista dos que mais gosto; primeiro os brasucas, depois os gringos, tudo na mais perfeita desordem:
Chico Buarque, Paulo César Pinheiro, Bráulio Tavares, Chico Science, Renato Russo, Jorge Mautner, Cazuza, Lobão, Caetano Veloso (esse deveria desistir da música e ser só letrista...), Arnaldo Antunes (esse também...), André Abujamra, Jean Kuperman, Aldir Blanc, Ronaldo Bastos, mais um monte. Ah, e o grande Odair José!! rsrsrsrsrsrsrsrs
Bob Dylan, Leonard Cohen, Peter Hammill, Jon Anderson, Roger Waters, Bernie Taupin, Cole Porter, Peter Gabriel, PJ Harvey, Björk, Fish, Neil Peart, sei lá mais quantos, mas não posso deixar de fora o renomado literato David Coverdale e todos os seus múltiplos usos das palavras baby, girl e love... KKKKKKKKKKK
DISSE NO SENTIDO DE FUGIR DO PADRÃO CONVENCIONAL, DE NÃO SER APENAS REFLEXO DO QUE A SOCIEDADE IMPÕE; LETRAS QUE TRATAM DA PARTE MARGINALIZADA POR NÃO SE ENQUADRAR NO SISTEMA.
Acho que, atualmente, letras assim, digamos, mais engajadas e rebeldes contra o sistema são mais encontradas no rap, já que o punk se ‘emotizou’ e perdeu muito de sua essência contestadora. No Metal ainda encontramos uma ou outra letra que saem do convencional, com críticas à sociedade (principalmente às classes dominantes), religião, e hipocrisias em geral, sem que sejam deliberadamente ofensivas, mas essencialmente questionadoras e relevantes; como as do Rage Against The Machine, por exemplo.
No geral, a rebeldia também ‘vende’ bem, então nós temos que saber, também, quem é sincero ou não em suas propostas, porque não adianta falar das injustiças e depois andar por aí fazendo besteira.
(MADDY LEE E SUA SYLVIA GRISTEL FRANKENSTEIN " Batizei-a de Sylvia Gristel Frankenstein: porque guitarra deve ter nome de mulher. Peguei as iniciais (SG) eu fiz um trocadilho com a atriz do filme Emanuelle ")
VOCÊ SABIA QUE O ODAIR JOSÉ TEM UM ÁLBUM CONCEITUAL – O FILHO DE JOSÉ E MARIA? RSRSRRS ESCUTA ISSO: http://www.badongo.com/file/2514708
É, eu sei dessa história, mas vou deixar passar essa... Talvez tenha lá seu valor e qualidade, mas é que tenho tantas outras coisas mais interessantes pra escutar... rsrsrs
(é meu amigo, mas postei no Boteco kakakakakakakakaka)
VOCÊ VIU AS FOTOS DO HEAVY METAL ASILO (SE NÃO VIU ABRA O ATITUDE, OK)? QUE SENSAÇÃO LHE CAUSA VER ESSES SHOWS PROMOVIDOS COM A CARA E A CORAGEM DESSES LOUCOS FANÁTICOS POR MÚSICA?
Vi as fotos, sim, e achei ducarái a iniciativa! Melhor ainda foi saber que tudo transcorreu na maior paz e num excelente clima de amizade e comunhão entre bandas e público. Acho válida toda e qualquer iniciativa que considere divulgar a boa música, principalmente quando produzida assim, na marra e na raça, sem grandes patrocínios, porque não dá mesmo pra contar com ajuda de governos, etc, se não houver uma grana rolando por trás. É bom pras bandas e pro público, que, infelizmente, ainda é bastante carente de shows de bandas e artistas que não seguem os padrões FM da vida.
Que muitos Asilos ainda venham por aí!
É, eu sei dessa história, mas vou deixar passar essa... Talvez tenha lá seu valor e qualidade, mas é que tenho tantas outras coisas mais interessantes pra escutar... rsrsrs
(é meu amigo, mas postei no Boteco kakakakakakakakaka)
VOCÊ VIU AS FOTOS DO HEAVY METAL ASILO (SE NÃO VIU ABRA O ATITUDE, OK)? QUE SENSAÇÃO LHE CAUSA VER ESSES SHOWS PROMOVIDOS COM A CARA E A CORAGEM DESSES LOUCOS FANÁTICOS POR MÚSICA?
Vi as fotos, sim, e achei ducarái a iniciativa! Melhor ainda foi saber que tudo transcorreu na maior paz e num excelente clima de amizade e comunhão entre bandas e público. Acho válida toda e qualquer iniciativa que considere divulgar a boa música, principalmente quando produzida assim, na marra e na raça, sem grandes patrocínios, porque não dá mesmo pra contar com ajuda de governos, etc, se não houver uma grana rolando por trás. É bom pras bandas e pro público, que, infelizmente, ainda é bastante carente de shows de bandas e artistas que não seguem os padrões FM da vida.
Que muitos Asilos ainda venham por aí!
( Essa foto foi tirada no final dos anos 80, na oficina que Maddy Lee trabalhava como aprendiz de luthier; a guitarra é uma Gibson ES 335 que pertence (ou pertencia...) a um colecionador e, originalmente, era do Chuck Berry; estava ali por um problema elétrico.)
CARA, CREIO QUE PODEMOS ENCERRAR ESSA PRIMEIRA PARTE DE NOSSA ENTREVISTA POR AQUI. AINDA TEREMOS MUITOS ASSUNTOS A TRATAR E DAQUI A POUCO ESTAREMOS FAZENDO UMA TESE SOBRE DIÁLOGOS NOS BLOGS KSKSKS.
FIQUE LIVRE PARA SUAS CONSIDERAÇÕES FINAIS. E ANTES DE ENCERRAR UM PEDIDO: MANDE UM ALBUM (COM LINK) PARA A GALERA CURTIR. UM ABRAÇO, AMIGO.
Pois é, o papo tá muito bom e quando começo a falar (ou escrever) acabo esquecendo do freio... rsrsrsrs
Primeiro o som depois o blá-blá-blá...
Resolvi fazer uma coletânea exclusiva pra presentear todos os que tiveram paciência pra ler toda essa entrevista. Escolhi 50 rocks de 50 bandas de vários estilos, mas mantendo um padrão de certo peso; varia do que chamo de southern hard rock ao metal, passando por hard rock, stoner rock, doom metal, entre outros. Nesse link aqui (http://sharebee.com/6972b25b) você pode ver a lista de bandas e músicas, além dos 3 links para baixar essa coleção. Eu tive poucos critérios para a escolha dessas músicas; na verdade, enquanto ia respondendo às perguntas, eu pinçava uma música ou outra que estava escutando no momento; dessas, eu escolhi as que têm esse perfil de peso, sem ser óbvio. Só pra galera ficar sabendo que eu não escuto só rock progressivo (como se já não soubessem... rsrsrsrs).
Agora, eu quero agradecer: primeiro, àqueles que tiveram saco pra ler isso tudo (rsrsrsrsrs), mas principalmente a você, Paulão, que está tratando de ‘humanizar’ os blogs dedicados à música em geral, mostrando as caras e as idéias dos que estão por trás dessas usinas de discos grátis. Para mim, essa idéia de disponibilizar discos é como se fosse uma ponte para que muitas ilhas se interliguem, para que pessoas de todo e qualquer tipo se aproximem, sem preconceitos, através de um interesse mútuo, a Música, com a intenção de espalhar Cultura e Arte para transformar esse universo gélido da internet em algo mais humano e acolhedor; é também um tipo de agradecimento a todos os blogueiros que se aventuram nesse caminho, porque eu também vivo baixando um monte de discos por aí.
Valeu pela oportunidade, um grande abraço e até a próxima!
Ah, e não se esqueça: só Jesus salva, mas o Diabo faz o back-up!! rsrsrsrsrsrsrs
FIQUE LIVRE PARA SUAS CONSIDERAÇÕES FINAIS. E ANTES DE ENCERRAR UM PEDIDO: MANDE UM ALBUM (COM LINK) PARA A GALERA CURTIR. UM ABRAÇO, AMIGO.
Pois é, o papo tá muito bom e quando começo a falar (ou escrever) acabo esquecendo do freio... rsrsrsrs
Primeiro o som depois o blá-blá-blá...
Resolvi fazer uma coletânea exclusiva pra presentear todos os que tiveram paciência pra ler toda essa entrevista. Escolhi 50 rocks de 50 bandas de vários estilos, mas mantendo um padrão de certo peso; varia do que chamo de southern hard rock ao metal, passando por hard rock, stoner rock, doom metal, entre outros. Nesse link aqui (http://sharebee.com/6972b25b) você pode ver a lista de bandas e músicas, além dos 3 links para baixar essa coleção. Eu tive poucos critérios para a escolha dessas músicas; na verdade, enquanto ia respondendo às perguntas, eu pinçava uma música ou outra que estava escutando no momento; dessas, eu escolhi as que têm esse perfil de peso, sem ser óbvio. Só pra galera ficar sabendo que eu não escuto só rock progressivo (como se já não soubessem... rsrsrsrs).
Agora, eu quero agradecer: primeiro, àqueles que tiveram saco pra ler isso tudo (rsrsrsrsrs), mas principalmente a você, Paulão, que está tratando de ‘humanizar’ os blogs dedicados à música em geral, mostrando as caras e as idéias dos que estão por trás dessas usinas de discos grátis. Para mim, essa idéia de disponibilizar discos é como se fosse uma ponte para que muitas ilhas se interliguem, para que pessoas de todo e qualquer tipo se aproximem, sem preconceitos, através de um interesse mútuo, a Música, com a intenção de espalhar Cultura e Arte para transformar esse universo gélido da internet em algo mais humano e acolhedor; é também um tipo de agradecimento a todos os blogueiros que se aventuram nesse caminho, porque eu também vivo baixando um monte de discos por aí.
Valeu pela oportunidade, um grande abraço e até a próxima!
Ah, e não se esqueça: só Jesus salva, mas o Diabo faz o back-up!! rsrsrsrsrsrsrs
50 Rocks
Parte 1 - Link http://sharebee.com/caac8133
01 Orange Goblin - The Astral Project
02 Nebula – Elevation
03 Mondo Generator - Like You Want
04 Lard - 70's Rock Must Die
05 Mother Superior (USA) - Can You Hear Me
06 Left Lane Cruiser - What You Want
07 Gideon Smith And The Dixie Damned - Draggin' The River
08 Floodstain – Spacetrip
09 Grady - One Of These Days You're Gonna Lie Down Dead
10 Bigelf - Pain Killers
11 Witchcraft - You Suffer
12 Brant Bjork - Dr. Special
13 Greenleaf - Devil Woman
14 The Mystick Krewe Of Clearlight – Electrode
15 Blood Of The Sun - Hell On Its Knees
16 Ufesas - The Destroyer
17 Drunk Horse - Grinding Teeth
18 Fatso Jetson - Too Many Skulls
Parte 2 - Link http://sharebee.com/60999427
19 Cactus Jumper - Revolution Dope
20 Activator - ...The Whole Fuckin' Village
21 Ahkmed - The Mind Grew Hands
22 Truckfighters – Dysthymnia
23 Deville - Far Beyond
24 Honcho – Silly
25 Generous Maria - Li'l Crisis Of Mine
26 Mastodon - Ghost Of Karelia
27 Place Of Skulls - With Vision
28 The Hidden Hand - The Lesson
29 The Obsessed - To Protect And to Serve
30 Dead Meadow - Dusty Nothing
31 Pentagram – Wartime
32 Buffalo (ARG) – Guardapantanos
Parte 3 - Link http://sharebee.com/a1229413
33 Taura – Rompevientos
34 Black Drawing Chalks - Big Deal
35 Metalchicks - Dead Loss Angeles
36 Queens Of The Stone Age - Regular John
37 Down River - Electric Doom Wolfee
38 Sheavy - Invasion Of The Micronauts
39 Fireball Ministry – Sundown
40 Chrome Division – Hate
41 The Carburetors - Crank It Up
42 Alabama Thunderpussy - Void Of Harmony
43 Chuck Norris Experiment - Meteor Mama
44 Mother Superior (SWE) - C'mon
45 Floodgate - Through My Days Into My Nights
46 Obiat – Battersea
47 Dozer - Man Made Mountain
48 Year Long Disaster – Destination
49 Pig Irön - Biker Lord
50 Mustasch - Down In Black
UM ABRAÇO MADDY E VAMOS PARA O BOTECO . GRATO PELO PRESENTE DO 50 ROCKS
01 Orange Goblin - The Astral Project
02 Nebula – Elevation
03 Mondo Generator - Like You Want
04 Lard - 70's Rock Must Die
05 Mother Superior (USA) - Can You Hear Me
06 Left Lane Cruiser - What You Want
07 Gideon Smith And The Dixie Damned - Draggin' The River
08 Floodstain – Spacetrip
09 Grady - One Of These Days You're Gonna Lie Down Dead
10 Bigelf - Pain Killers
11 Witchcraft - You Suffer
12 Brant Bjork - Dr. Special
13 Greenleaf - Devil Woman
14 The Mystick Krewe Of Clearlight – Electrode
15 Blood Of The Sun - Hell On Its Knees
16 Ufesas - The Destroyer
17 Drunk Horse - Grinding Teeth
18 Fatso Jetson - Too Many Skulls
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19 Cactus Jumper - Revolution Dope
20 Activator - ...The Whole Fuckin' Village
21 Ahkmed - The Mind Grew Hands
22 Truckfighters – Dysthymnia
23 Deville - Far Beyond
24 Honcho – Silly
25 Generous Maria - Li'l Crisis Of Mine
26 Mastodon - Ghost Of Karelia
27 Place Of Skulls - With Vision
28 The Hidden Hand - The Lesson
29 The Obsessed - To Protect And to Serve
30 Dead Meadow - Dusty Nothing
31 Pentagram – Wartime
32 Buffalo (ARG) – Guardapantanos
Parte 3 - Link http://sharebee.com/a1229413
33 Taura – Rompevientos
34 Black Drawing Chalks - Big Deal
35 Metalchicks - Dead Loss Angeles
36 Queens Of The Stone Age - Regular John
37 Down River - Electric Doom Wolfee
38 Sheavy - Invasion Of The Micronauts
39 Fireball Ministry – Sundown
40 Chrome Division – Hate
41 The Carburetors - Crank It Up
42 Alabama Thunderpussy - Void Of Harmony
43 Chuck Norris Experiment - Meteor Mama
44 Mother Superior (SWE) - C'mon
45 Floodgate - Through My Days Into My Nights
46 Obiat – Battersea
47 Dozer - Man Made Mountain
48 Year Long Disaster – Destination
49 Pig Irön - Biker Lord
50 Mustasch - Down In Black
UM ABRAÇO MADDY E VAMOS PARA O BOTECO . GRATO PELO PRESENTE DO 50 ROCKS
PARA CONHECER O PÂNTANO ELÉTRICO
Muito bom cara, muito maneira a entrevista desse grande parceiro Maddy que já conheço há tempos mas lidar como amigo e parceiro não fazem 2 meses, vc mostra exatamente o que sempre observei em vc, inteligência, simpatia, humildade e um puta mega blaster bom gosto musical.
ResponderExcluirAbração.
A melhor entrevista, disparada, de todas as publicadas aqui até hoje.
ResponderExcluirParabéns Marcello e Paulão.
[ ]s
DAGON E SER (GRANDE CESAR), APRENDI MUITO AO ENTREVISTAR VOCÊS E O MADDY ME AJUDOU MUITO.. VAMOS EM FRENTE COM O ATITUDE FANZINE E COM O BOTECO.
ResponderExcluirFicou muito bacana a entrevista.
ResponderExcluirParabéns rapazes.
[]ão.
Faaaaaaaala, Paulão; faaaaaaaaala, galera!
ResponderExcluirMe diverti muito nesse 'papo' com o Paulão.
Ele disse que essa foi a primeira parte da entrevista, mas acho que não vai ter mesmo uma segunda parte, senão eu acabo pirando! rsrsrs
Vocês todos que comentaram aqui são meus amigos, uns mais outros menos, e isso, a amizade, é o melhor que eu pude encontrar nesse nosso 'universo'. Se eu bebesse, eu brindaria a vocês todo dia.
Valeu, meus amigos, valeu!
Grande abraço.
ML
BIG CLASH, PROGSHINE E MADDY LEE, VALEU A PRESENÇA DE TODOS;;;
ResponderExcluirMADDY A SEGUNDA VAI SER SUA PARTICIPAÇÃO NA ENTREVISTA TURMA DO BUTECO
Faaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaala, irmãoSinho!!!!
ResponderExcluirBela entrevista e a inteligência de sempre. Pô, mas essas fotos -principalmente da Les Paul branquinha- me deram uma saudade da porra da minha Gold Top De Luxe com captação P-90(59 ou 69, nunca soube direito), chuiiiiiffff....
Valeu, mesmo, e vamo pro boteco!
[]ões
Ao companheiro de labuta Maddy Lee
ResponderExcluirMuito interessante a sua entrevista.
Agradeço a referencia ao "Dead End"
Um abraço
Hélio (Dead Man)
Ao companheiro de labuta Maddy Lee
ResponderExcluirMuito interessante a sua entrevista.
Agradeço a referencia ao "Dead End"
Um abraço
Hélio (Dead Man)