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sábado, 23 de maio de 2009

JERRY GARCIA - UMA ESTRELA CAI NO MUNDO ATITUDE


SAUDAÇÕES JERRY GARCIA. EM NOME DA EQUIPE ATITUDE LHE DAMOS BOAS-VINDAS! INICIALMENTE GOSTARIAMOS QUE FIZESSE UMA BREVE APRESENTAÇÃO DE QUEM É O MITO JERRY GARCIA.

AGRADEÇO E OPORTUNIDADE DE ESTAR AQUI NOVAMENTE E PRINCIPALMENTE UM ABRAÇO AO HELLRAISER POR SE LEMBRAR DE MIM. INICIALMENTE EU GOSTARIA DE DIZER QUE Ficar realmente chapado é esquecer de si mesmo. Esquecer de si mesmo é ser capaz de ver todo o resto. E ver todo o resto é se tornar uma molécula pensante na evolução, uma ferramenta consciente do universo. Acho que todo ser humano deveria ser uma ferramenta consciente do universo. Este é o motivo de eu achar importante ficar chapado. Não estou falando sobre ficar inconsciente, estou falando sobre consciência plena. As drogas me foram úteis, mas também foram um obstáculo. As psicodélicas me mostraram milhões de universos diferentes, mas foi muito difícil me livrar da heroína. É ASSIM QUE EU GOSTARIA DE ME APRESENTAR.

E COMO SURGIU O GRATEFUL DEAD?

VAMOS COM CALMA! ANTES GOSTARIA DE FALAR UM POUCO SOBRE MINHA PESSOA, PODE SER?

CLARO JERRY, AQUI É VOCÊ QUEM MANDA KAKAKAKA

ENTÃO VAMOS LÁ. O meu pai era um músico profissional, a minha mãe era uma amadora. Eu cresci em um lar onde o ambiente era totalmente musical e tive muitas aulas de piano . A Música sempre fez parte de minha vida. Decici ser músico aos quinze anos, a música era algo que eu queria fazer, para além de apenas estar cercado por ela. Desenvolvi esse profundo desejo e aprendi a tocas a guitarra elétrica. Eu me apaixonei por rock `n roll, eu queria fazer esse som tão radical que penetrava em minha alma.

O meu padastro me ensinou a afinar e os primeiros acordes, mas na verdade aprendi a tocar de ouvido. Eu fiz isso por cerca de um ano até que tive um amigo da escola que conhecia três acordes na guitarra e também a forma correta de afinar a guitarra começou a dar uns toques. Foi quando eu comecei a brincar com a guitarra e as coisas começaram a evoluir. Nunca tevi aulas ou nada.

E EM QUEM VOCÊ SE ESPELHAVA PARA TOCAR?

Na verdade não há alguém que me inspirou em especial , talvez Chuck Berry, mas todas as músicas dos anos cinquenta inspirou-me. Eu realmente só começei a levar a sério a música aos dezoito quando ouvi a minha primeira música bluegrass e pensei, isso é algo que eu tenho que ser capaz de fazer. Apaixonei-me pelo som e eu comecei seriamente a tentar fazer exatamente aquilo que eu estava ouvindo. Isso se tornou a base para tudo o resto - que era o meu modelo.

MAS E O GRATEFUL DEAD?

FORMAMOS O GRATEFUL DEAS EM 1965 EM MEIO A EFERVESCÊNCIA CULTURAL QUE ASSOLAVA A CIDADE DE SÃO FRANCISCO. BERÇO DO MOVIMENTO HIPPIE, NOSSA IDÉIA ERA FAZER UM SOM BEM ECLÉTICO QUE CONSEGUISSE TRANSPOR PARA A MÚSICA OS SENTIMENTOS DE NOSSA ÉPOCA E MAIS DO QUE ISSO IR ALÉM E FORMAR UMA VERDADEIRA IRMANDADE. TAMBÉM TINHAMOS A PREOCUPAÇÃO DE FAZER DOS SHOWS ALGO SEMPRE INÉDITO POR ISSO AS IMPROVISAÇÕES.

E TEVE BOA ACEITAÇÃO?

ISSO EU GOSTARIA DE SABER KAKAKAK. CREIO QUE O MAIS IMPORTANTE FOI O NÚMERO DE SEGUIDOS QUE ACOMPANHAVAM A BANDA , EXISTIAM PESSOAS QUE CHEGARAM A ACOMPANHAR A BANDA EM TODOS OS SHOWS. ERA UM VERDADEIRO RITUAL.


OS ADMIRADORES MAIS FANÁTICOS DO GRATEFUL DEAD FICARAM CONHECIDOS COMO DEADHEADS, O QUE PENSA SOBRE ISSO?


PENSO QUE ERAM LOUCOS KAAKAK SERÁ QUE ESTAVAM ATRÁS DE NOSSO SOM OU DE NOSSO ÁCIDO? USAMOS TANTO ÁCIDO QUE SE COLOCAR TUDO JUNTO DARIA UM CARREGAMENTO COMPLETO EM COMBOIO DE CAMINHÕES.

E QUAL ERA A PRINCIPAL MARCA DE SEUS SHOWS?

A PRINCIPAL MARCA ERA A DIVERSÃO. A COISA MAIS DIVERTIDA ERA NÃO TER COMPROMISSO COM NADA, PODE VIVER INTENSAMENTE SEM MEDO DE TER QUE PENSAR EM CONSEQÜÊNCIAS.(risos) NÓS NÃO ERAMOS OBRIGADOS A FAZER NADA QUE NÃO QUERIAMOS E O ÁCIDO ABRIA TODAS AS PORTAS DA IMAGINAÇÃO. ENTÃO HOUVE UM MOMENTO EM QUE TOCÁVAMOS DUAS OU TRÊS MÚSÍCAS POR HORAS E TODOS FICAVAM ALÍ EM ESTADO DE DELÍRIO. FOI MUITO BOM TER ESSE TIPO DE LIBERDADE. PODÍAMOS FAZER TUDO O QUE QUERÍAMOS. FOI UMA EXPERIÊNCIA MUITO LEGAL.


O SOM DO GRATEFUL DEAD É ATEMPORAL?


EU GOSTRAIA DE ACREDITAR QUE HÁ ALGO PARECIDO, MAS EU NÃO TENHO NENHUMA IDÉIA A RESPEITO. HÁ UMA UNIDADE HUMANA PARA CELEBRAR E FORNECIAMOS RITUAL DE CELEBRAÇÃO PARA A SOCIEDADE. ACREDITO QUE ISSO SE ASSEMELHAVA A RELIGIÃO PORQUE AS PESSOAS ENTRAVAM EM TRANSE E PROCURAVAM VIVER AO MÁXIMO ESSA EXPERIÊNCIA.

VOCÊ DESENCARNOU EM 1995. O QUE ISSO SIGNIFICOU PARA VOCÊ?

NADA, ESTOU AQUI, SEMPRE ESTAREI, A MINHA MÚSICA ME MANTÉM VIVO!

VOCÊ SE SENTE DESILUDIDO COM OS RESULTADOS DA REVOLUÇÃO SOCIAL PREGADA NOS ANOS 60?

PARA SER SINCERO, NOS ANOS SESSENTA MUITAS PESSOAS PENSAVAM QUE A ENORME MUDANÇA SOCIAL VIRIA AO PASSAR PELA PRIMEIRA ESQUINA. EU PARTICULARMENTE NUNCA FUI UM OTIMISTA. PREFERIA VIVER O MOMENTO, MAS SEM ESSA DE PENSAR QUE TUDO IRIA DESEMBOCAR EM ALGO MAIOR. NUNCA PENSEI QUE AS COISAS IRIAM MELHORAR NUM PASSE DE MÁGICA. NO MÁXIMO PENSEI QUE ESTÁVAMOS A CAMINHO DE UM PROVÁVEL CONSENSO. MAS NÃO POSSO NEGAR QUE FOMOS PRIVILEGIADOS EM ALGUNS SENTIDOS, ENTRE ELES O DE PODER EXPERIMENTAR E VIVER A LIBERDADE. MAS ISSO EM NENHUM MOMENTO NOS DAVA CERTEZA DE MUDANÇAS E SIM DE PRESENTE. O MUNDO CERTAMENTE MUDOU, MAS NÃO DA FORMA QUE IMAGINAVAMOS. (risos). FIZEMOS A NOSSA PARTE E SE ESTIVESSE AI IRIA CONTINUAR FAZENDO.

E VOCÊ AINDA VÊ POSSIBILIDADES DE MUDANÇAS?

CREIO QUE É UM PROCESSO. PENSO QUE, SE VOCÊ ABRIR A PORTA PARA O PROCESSO, ELE IRA LHE DIZER COMO FAZÊ-LO E COMO FUNCIONA. MAS O NOSSO TEMPO FOI MUITO CURTO. É UMA ESTRATÉGIA DE VIDA QUE QUALQUER UM PODE UTILIZAR.

E HOJE, A DISTANCIA NO TEMPO E NO ESPAÇO, COMO VOCÊ ANALISA O FATO DE MUITAS PESSOAS INTERPRETAR SUA MÚSICA COMO INSPIRAÇÃO PARA SUAS VIDAS?

SINCERAMENTE, Bem, um pouco bobo! (Risos)Você sempre acha que o seu próprio trabalho que é muito maior do que deveria ser. Há sempre uma dissonância entre o que estava acontecendo e você desejar o que está realmente acontecendo. Essa é a natureza da criatividade, que há um certo grau de desilusão aí. Então, em um nível que é engraçado, as pessoas fazem tantas coisas fora do assunto e em outro nível, penso que é seu direito de fazer isso, porque, em uma maneira a música pertence a eles. Se as pessoas optam por me transformar em mito, certamente não irei lhes prejudicar.

E O FATO DE TER SE TORNADO NOME DE UMA ESTRELA? VOCÊ SE CONSIDERA UM GUIA?

NA VERDADE NÃO ME SINTO ORIENTANDO NINGUÉM. CADA UMA DEVE TER A PRÓPRIA LUZ, O PRÓPRIO CAMINHO.

ESTOU CURIOSO EM SABER SOBRE COMO AS DROGAS PSICODÉLICAS INFLUENCIARAM A SUA FILOSOFIA DE VIDA.

AS DROGAS PSICODÉLICAS FORAM PROVAVELMENTE A MAIS SIGNIFICATIVA EXPERIÊNCIA DE MINHA VIDA, POSSO DIZER QUE FOI UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA, MAS OS RESULTADOS APRESENTEI NO INÍCIO DA ENTREVISTA. EM DETERMINADO MOMENTO PENSEI QUE AS DROGAS PSICODÉLICAS PODERIAM ME DAR TODAS AS RESPOSTAS, CASO CONTRÁRIO EU NÃO TERIA USADO TANTO E FEITO TANTA DIVULGAÇÃO. MAS, MAIS DO QUE RESPOSTAS, AS DROGAS ME DERAM UM MONTE DE PERGUNTAS. DE UMA COISA ESTOU CERTO: A MENTE É COISA MARAVILHOSA E EXISTEM DIVERSOS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA.

E OS AMIGOS? TEM CONTATO COM JIM MORRISON E THIMOTY LEARY?

COM CERTEZA, DE VEZ EM QUANDO ARRUMOS UMA JAM POR AQUI E O VELHO THIMOTY DEIXA A GALERA MUITO FELIZ KAKAKKAKA

JERRY, GRATO POR SUA ENTREVISTA. FOI MUITO LEGAL TER UMA NOÇÃO MAIS PRÓXIMA DE QUEM FOI JERRY GARCIA. MAS TEM UMA COISA: PARA NÓS, HERDEIROS DO PSICODELISMO, VOCÊ É O CARA KAKAKKAKA

PAULÃO, EU QUE AGRADEÇO A OPORTUNIDADE DE RETORNAR A ESSE ESTRANHO MUNDO, ALIÁS ABRAÇOS NO HELLRAISER E NA BLOODMARY OK. DIGA QUE ESTOU ESPERANDO UMA POSTAGEM RADICAL EM MINHA HOMENAGEM, GOSTARIA DE VER POSTADO UM SHOW AO VIVO DO GRATEFUL DEAD, MANDA ESSE RECADO PARA ELES. E FICA AQUI MINHA MENSAGEM:na medida em que Deus vai, penso que existe uma ordem superior de inteligência algo na linha do que é que faz ! UM ABRAÇO EM TODA GALERA ATITUDE!

2 comentários:

  1. Saudações, Paulão.
    Jerry Garcia viu o que poucos viam.
    Ele percebeu que a realidade em que vivia não o libertava e nem estava pronta praquilo que sua mente projetava; por isso os ácidos.

    (aliás, para mim, essa realidade era exatamente oposta à realidade que vivemos hoje, por isso as drogas, hoje, aparecem com uma finalidade diametralmente oposta à daqueles tempos, ou seja, se antes ela libertava, hoje ela escraviza)

    Garcia também nunca se deixou cegar pelo próprio brilho: fez o que quis fazer, quando quis fazer e mesmo assim - sem maiores pretenções - moveu gerações de pessoas que, como ele, se sentiam "de mãos amarradas" física e criativamente, limitados pelas regras e pelo valores sociais que impõem apenas um comportamento aceitável, apenas uma forma de expressão artística válida etc.

    O Dr. Leary quis entender, explicar e equacionar essa relação realidade x "outras realidades".
    Garcia, Morrison e outros quiseram apenas aproveitar essas diferentes realidades pra expressarem-se.
    E se o mundo ainda não acabou,
    pode ter certeza, amigo,
    é também graças à eles:
    Garcia, Morrisson, Leary e os ácidos.

    Mais uma grande entrvista, Paulão.
    Ah! E verei o que posso fazer sobre o pedido!

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  2. CARACA, SEU COMENTÁRIO MERECE UMA ENTREVISTA. VOU MANDAR PERGUNTAS EM SEU EMAIL..ISSO DÁ UMA TESE.
    VOCE JÁ LEU O LIVRO NÓS QUE AMAVÁMOS TANTO A REVOLUÇÃO?
    É ISSO AI MEU AMIGO, DROGA QUE LIBERTA..DROGA QUE APRISIONA...

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